As dificuldades sentidas pelas mulheres que vivem em famílias monoparentais é o tema principal do documentário inserido no projeto social Veleda e que foi exibido durante a tarde de domingo no Auditório d ‘A Moagem, na cidade do Fundão.

O documentário contou com o depoimento de várias mulheres, dos três municípios da Cova da Beira e provenientes de famílias monoparentais.  O filme abordou vários temas relacionados com o papel da mulher na sociedade. Falou-se na desigualdade de oportunidades no mundo do trabalho, na forma como são vistas as mães solteiras, na situação socioeconómica que atualmente vivem, entre outros aspetos.

A iniciativa, que já conta com mais de três anos de existência, utiliza o teatro como agente criativo de transformação pessoal e social. O projeto conta com a participação de 33 mulheres, todas elas vivendo numa situação semelhante de monoparentalidade e sendo acompanhadas por uma equipa de profissionais das artes e da área social.

Os temas abordados no filme documental têm por base materiais dramatúrgicos e performativos de natureza biográfica que foram levantados nos Laboratórios de Pesquisa Social e Artística, que também fazem parte do projeto. O Veleda já conseguiu realizar peças de teatro na cidade da Covilhã e Fundão e a criação de um teatro documental.

Durante o documentário é clara a mensagem que se quer difundir, a falta de auxílio socioecónomico que estas mulheres sentem e quais as ferramentas necessárias para serem ajudadas pelas entidades competentes. Uma das intervenientes durante a exibição do documentário afirma: “Mulher não é escrava, é vida”. Torna-se evidente o apelo destas mulheres, segundo as quais faltam apoios a mães solteiras, com filhos e que residem na Cova da Beira.

O espetáculo teve a duração de 60 minutos e no fim ainda houve tempo para um debate sobre famílias monoparentais. A coordenadora do projeto, Marisa Marques, apelou para que “as forças políticas ajudem mais estas famílias monoparentais”. O projeto de integração social destina-se a qualquer mulher acima dos 18 anos que viva sozinha, com filhos a cargo, numa situação de vulnerabilidade económica e que resida nos concelhos do Fundão, Covilhã e Belmonte.

A iniciativa, que teve o seu início em 2019, acontece no âmbito do PARTIS - Práticas Artísticas para Inclusão Social, conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e é promovida pela associação de desenvolvimento social, Beira Serra.