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Fim da violência contra as mulheres é dever de todos
Lara Brito · quarta, 1 de dezembro de 2021 · Assédio sexual, maus-tratos físicos e psicológicos foram os fatores mais assinalados no Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres. |
21994 visitas A violência contra a mulher não é algo recente, ‘’historicamente pode ser justificada pelas relações de poder desiguais, que sempre foram visíveis, entre homem e mulher, o que leva à dominação e discriminação destas por parte do homem”, explica a psicóloga clínica Janete Vasconcelos. Além do fator histórico existem outros fatores que podem colocar a mulher num lugar mais vulnerável, como sejam a depressão, baixa autoestima, o desemprego, e que são usados muitas vezes como estratégia de controlo por parte do agressor. A perturbação de personalidade dependente pode também colocar a mulher numa posição frágil, pois “as pessoas com esta perturbação, cujas características se centram numa procura de atenção e cuidados, evitam situações de responsabilidade, adotando uma postura passiva e submissa, e têm muito medo do abandono, o que pode fazer com que se submetam a situações de violência”, refere a psicóloga. Quando se fala em violência, pensa-se, primeiramente, em violência física, talvez por esta ser mais visível. No entanto, nem toda a violência deixa marcas externas. A violência psicológica ocorre com mais frequência e pode provocar tanto ou mais sofrimento do que a física, deixando também as suas marcas. Para além de marcas físicas, existem outros sinais de alerta, como medo do parceiro quando este está presente ou é referido em contexto de conversa, sintomas de ansiedade, entre outros. Podem também notar-se alguns sinais por parte do agressor, como controlo das saídas e redes sociais da vítima, não respeitar o seu espaço e interesses e até mesmo perseguição. A CooLabora, é uma cooperativa de intervenção social, criada em 2008. “A violência doméstica e a violência contra as mulheres constitui umas das áreas em que a Coolabora mais intervém”, explica a coordenadora e co-fundadora da Coolabora, Graça Rojão. A cooperativa dispõe de dois gabinetes de apoio, um na sede – Covilhã, e outro em Belmonte e onde se faz, regularmente, atendimento a vítimas de violência doméstica. Promove também atividades como grupos de escrita autobiográfica, para pessoas numa situação mais estabilizada e ainda grupos de entreajuda. Além destas atividades, a Coolabora coordena a rede Violência Zero, rede regional que envolve a região da Covilhã, Belmonte e Fundão. “Esta rede envolve vinte e quatro organizações ligadas à saúde, forças de segurança, ordem dos advogados, Ministério Público, mas também outras redes locais ligadas à educação, saúde, emprego, e reúne-se regularmente para discutir o que está a ser feito em relação a cada situação”, refere a co-fundadora da Coolabora. Em média, uma em cada três mulheres é vítima de violência doméstica, sendo que a Coolabora acompanha cerca de 120 novos casos por ano. O dia 25 de novembro, para além de servir para alertar e sensibilizar a pessoas para esta temática, quer também transmitir às vítimas algum alento e a mensagem de que existe esperança. |
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