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“À espera que volte” na Covilhã
Jéssica Filipe · quarta, 10 de novembro de 2021 · “À espera que volte” subiu ao palco do Auditório do Teatro das Beiras no passado dia 6 de novembro, no âmbito do Festival de Teatro da Covilhã. |
A peça integrou a edição deste ano do Festival de Teatro da Covilhã, que decorre entre os dias 5 e 14 de novembro. Imagem: Lionel Balteiro |
21995 visitas Com encenação de Madalena Victorino e interpretação a cargo de Paulo Duarte e Maria da Conceição Almeida, o espetáculo encenado pela Companhia de Teatro do Montemuro teve início pelas 16h00. “À espera que volte” conta a história de Piotor, um homem russo que caiu de um avião de carga numa serra que desconhecia, numa noite de temporal. Piotor trouxe consigo uma história sobre uma gota de água que ao cair do céu da Rússia transformou as crianças que a querem ouvir em pequenos russos que em vez de mãos, têm o poder de trazer a chuva. Destinada a maiores de seis anos, a peça contou com a colaboração do público, nomeadamente dos mais novos. Cinco crianças da plateia tiveram a oportunidade de assistir os atores na representação da peça e de ter uma experiência no mundo da representação. “Para as crianças é sempre uma experiência gratificante e também para nós atores é uma experiência única, porque todas as crianças são diferentes e fazem as coisas de maneira diferente. E é também uma experiência gratificante para mim, poder conhecê-los um pouco e tratá-los pelos nomes, porque eles gostam desse reconhecimento”, explica Paulo Duarte, intérprete do espetáculo. Ao longo de 60 minutos, os espectadores assistiram a uma encenação em que a importância da água era tema central. Paulo Duarte conta que “é um espetáculo que está sempre atual porque fala no ciclo da água, mas mais importante do que isso, da importância da água. É uma das coisas que se tem falado, mas sobre a qual se tem feito pouco. Acho que ainda há espaço para se fazer muito melhor a nível da preservação da água. É um espetáculo em que fazemos ver que o mundo ainda continua muito poluído e que se não houver água não haverá mais nada”. Encenada desde 2013 pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro, a peça tem percorrido as escolas do país com o objetivo de consciencializar os mais novos para a importância da preservação e poupança de água. “Costumamos ir às escolas de 4 em 4 anos, para que todas as crianças que entram na escola tenham a oportunidade de ver o espetáculo”, conta Paulo. No entanto, com o surgimento do surto de COVID-19 a encenação da peça ficou em pausa devido ao contacto e envolvência por parte dos mais novos. “Durante este período de pandemia evitámos realizar este espetáculo por causa do envolvimento das crianças e do toque nos objetos. Embora tenhamos o cuidado de desinfetar todas as coisas entre os espetáculos, era impossível realizar durante o maior pico da pandemia”, explica o ator do Teatro de Montemuro. A peça integrou a edição deste ano do Festival de Teatro da Covilhã, que decorre entre os dias 5 e 14 de novembro, no Teatro das Beiras. Contando com oito espetáculos de diferentes companhias e uma programação que “privilegia sempre a qualidade”, o Festival tem por objetivo trazer novos espetáculos ao público covilhanense, como explica Feranando Sena, diretor artístico do certame: “O objetivo que nos tem trazido, desde 1980, a organizar o Festival de Teatro da Covilhã é o de fazer com que o público da Covilhã tenha acesso a espetáculos que são feitos por todo o país e até fora de Portugal”. Aquele responsável lembrou ainda que a edição deste ano foi preparada em tempo de pandemia, motivo pelo qual a programação foi sofrendo algumas alterações e reduções do número de espetáculos: “O confinamento provocou algumas dificuldades, próprias do momento diferente que vivemos, nomeadamente atrasos em alguns espetáculos que estavam programados para integrar a programação do Festival e ainda não foram estreados, por isso não foi possível trazê-los; e levou também a alterações de espetáculos, uma vez que alguns atores e técnicos tiveram de cumprir quarentena”. Com um orçamento de cerca de 30 mil euros e numa altura em que as salas já podem ter lotação completa, o festival arrancou no dia 5 de novembro, pelas 21h30, com “A noite de Molly Bloom” pela ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve. Pelo palco do Teatro das Beiras passou ainda, no dia 8, “D. Quixote” da Companhia Certa/Varazim Teatro e “El Jardín de Valentín” da companhia espanhola Tranvía Teatro a 9 de novembro. Segue-se ainda a companhia Cegada Teatro, no dia 10, com a peça “Feira de Outubro”, de António Onetti e a “Força do Hábito” pelo Teatro das Beiras no dia 13. Sobe ainda ao palco do Auditório do Teatro das Beiras o espetáculo “Caminhos de Pan” no próximo dia 14 de novembro, pelas 16h000, pelo Teatro Estúdio Fontenova. O Festival conta ainda com uma sessão extra que decorrerá no dia 30 de novembro, pelas 21h30, em que a Companhia de Teatro de Braga sobe ao palco do Teatro Municipal da Covilhã para a encenação da peça “Gostava de estar viva para vê-los sofrer!”. O preço do bilhete é de seis euros, com desconto de 50% para menores de 25 anos e maiores de 65 e para sócios do Teatro das Beiras, da Casa do Pessoal do Centro Hospital Universitário da Cova da Beira e profissionais das artes. |
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