Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Exposição em dois tempos
Vera Alves · quarta, 27 de outubro de 2021 · “Nos últimos tempos, acho que artistas e escritores se deixaram vender no rio. Eles aceitaram a crença predominante de que arte e escrita são meras formas de entretenimento. Eles não são vistos como forças transformadoras que podem mudar um ser- humano. Isso pode mudar uma sociedade. Eles são vistos como entretenimento simples, coisas com as quais podemos preencher 20 minutos, meia-hora, enquanto esperamos para morrer. Não é tarefa do artista dar ao público o que o público quer. Se o público soubesse o que precisa, não seria público, seriam eles próprios os artistas.” |
Uma tela falante exposta na escadaria do Museu da Covilhã |
21989 visitas É o que conta esta tela, quando aproximada por um telemóvel, com a aplicação também ela desenvolvida pelo próprio artista, Nuno Aparício, mais conhecido por Miles. “Entre tempos” é uma exposição que procura relacionar dois tempos diferentes, mas que quando fundidos através das novas tecnologias, revelam uma simbiose perfeita entre analógico e digital.
Por analogia, o que se vê representado em cada uma das oito telas pintadas em acrílico expostas, e pelo digital, a possibilidade do público imergir na tela através da chamada “Realidade Aumentada”(RA) que a aplicação lhe vai proporcionar. A Realidade Aumentada sobrepõe ao mundo real outros objetos e informações virtuais, indo além da simples representação e por isso tem o condão de envolver o público na experiência.
Neste caso o aplicativo móvel “MilesAR”, é o que vai permitir ir ao encontro destas telas na sua totalidade, quer ao nível físico, quer sensorial, pela própria imersão na tela, através da RA, quando o dispositivo lhe é aproximado.
“Entre tempos”, de autobiografias e de contemporaneidades, de individualismos e de coletivo, de analogia e de digital, é assim a mais recente exposição do artista, doutorando ubiano em Medias Artes, que vai estar patente no Museu da Covilhã desde 19 de outubro, data inaugural, até ao final do ano.
Ainda com base na ligação que faz entre o mundo das artes e o mundo da tecnologia, Miles tem agendado trabalhar “in loco” numa obra do pintor covilhanense Eduardo Malta, além de ser o próximo interlocutor das tertúlias daquele espaço museológico, com data a definir.
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