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“Quem se chama José Saramago” estreia na Covilhã
Jéssica Filipe · quarta, 13 de outubro de 2021 · O Teatro das Beiras e o Karlik Danza-Teatro uniram-se numa coprodução para a encenação da peça “Quem se Chama José Saramago”. O espetáculo teve a sua estreia nacional a 5 de outubro pelas 21h30, no Teatro das Beiras, sediado na Covilhã. |
A interpretação esteve a cargo de Jorge Barrantes, Sílvia Morais, Elena Rocha e Tiago Moreira e dos músicos Alberto Moreno e Nuno Cirilo Imagem: Teatro das Beiras |
22002 visitas “Quem se chama José Saramago” centrou-se na vida e obra do escritor, fazendo referência a diversas obras da sua autoria, nomeadamente “Levantado do Chão”, “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, “O Evangelho segundo Jesus Cristo” e “Ensaio sobre a cegueira”. O espetáculo era dotado de uma componente multidisciplinar, em que os espetadores puderam ter contacto com as linguagens do teatro, da dança, do vídeo e da música. Segundo a Companhia, “’Quem se chama José Saramago’ é uma meditação sobre o erro, uma visão sossegada do universo do escritor português em que se confrontam as diferentes fases da sua vida com os livros que as prepararam ou que foram sua consequência; uma vida e uma obra que acabaram por merecer-se; um labirinto em cujo centro reside a ascensão humana contínua de um homem que viveu desassossegado e escreveu para desassossegar”. Com direção de Cristina Silveira o público teve a oportunidade de assistir, ao longo de 70 minutos, a um espetáculo bilingue (português e espanhol) composto por momentos de diálogo e por outros em que as duas línguas surgem em uníssono. A interpretação esteve a cargo de Jorge Barrantes, Sílvia Morais, Elena Rocha e Tiago Moreira e dos músicos Alberto Moreno e Nuno Cirilo. Elena Rocha, atriz e bailarina, refere que a preparação para a peça foi difícil, mas destaca o caráter inspirador da mesma: “A preparação para o espetáculo foi dura porque Saramago é um grande génio e ter de analisar toda a quantidade de informação que temos da sua vida e obra, para poder apresentar uma pequena parte ao público foi difícil, mas foi uma viagem muito bonita e inspiradora, onde aprendemos mais sobre a vida e a morte”. Também Tiago Moreira, um dos intérpretes do espetáculo, conta que a preparação para a peça foi bastante prazerosa: “O que me deu mais prazer foi perceber que a fronteira é uma linha imaginária e isso percebeu-se no idioma. Todos nós temos o ouvido mais duro para um ou outro idioma, mas com o castelhano rapidamente começámos a falar em português e em castelhano e isso resultou num espetáculo que é bilingue, em que as línguas se cruzam e às vezes nem percebemos bem que língua é que se está a falar, e mesmo assim entendemos tudo.” No entanto, o artista das artes cénicas revela ter encontrado algumas dificuldades: “É difícil entender o universo de Saramago não só no que diz respeito à obra, mas também em relação à pessoa. Embora seja muito terra-a-terra, as coisas simples tornam-se complicadas de entender. No que diz respeito ao que faço em cena, a parte do movimento foi difícil, uma vez que a linguagem deles é mais próxima da dança e nós não estamos tão acostumados a trabalhar aí. Foi-nos proposto o desafio e nós lançámo-nos, mas foi duro.” O espetáculo que se centrou na vida e obra do Nobel da Literatura português era destinado a maiores de 14 anos e permaneceu em cena até 09 de outubro. Integrando as comemorações do Centenário de José Saramago (1922-2022), a peça contou com o apoio da Fundação José Saramago. |
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