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MedUBI promove sessão sobre a comunidade LGBTQIA+
Beatriz Jordão · quarta, 29 de setembro de 2021 · UBI O Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior (MedUBI) promoveu uma PedTalk acerca das crianças e a comunidade LGBTQIA+, que se realizou a 21 de setembro, no âmbito do XIV Hospital Faz de Conta (HFC). |
Fonte: MedUBI |
21981 visitas O evento, ao qual assistiram 60 pessoas, contou com uma apresentação de Manuela Ferreira, membro da associação AMPLOS e da pedopsiquiatra Ana Teresa Prata. “O objetivo da sessão era principalmente consciencializar os nossos colegas, porque este é um assunto que infelizmente é muito pouco abordado, mesmo em questões de saúde”, revela Margarida Ornelas, coordenadora geral do HFC. “As questões LGBT+ são uma problemática crescente no seio familiar e mais ainda as questões trans, porque neste momento não está tudo resolvido, mas já há uma aceitação até da parte da família muito mais fácil para a homossexualidade do que para as questões da transsexualidade”, conta Manuela Ferreira. Segundo os dados recolhidos no âmbito do projeto “Saúde em Igualdade”, da Associação ILGA Portugal, apesar do silêncio sistemático, 17% dos participantes do inquérito já foi alvo de discriminação ou tratamento desadequado em contextos de saúde. Ana Teresa Prata considera que “é cada vez mais importante serem os médicos a dar respostas corretas, em vez de deixar as crianças procurarem respostas na Internet”, pelo que, “se não tiverem consciência e uma aceitação para estas realidades e se não conseguirem proporcionar um espaço seguro para as crianças e para os jovens poderem falar destes temas e para existirem na sua identidade, estamos a colocá-los em risco, quando o nosso papel é precisamente o oposto”. Ana Teresa Prata realça ainda a importância de abordar este tema com os estudantes da UBI. “Pareceu-me muito importante falar sobre isto com a UBI, porque fala-se em Lisboa e talvez muito no Porto, mas o interior também existe” acrescentando que “os jovens LGBT na capital têm algumas características protetoras que os jovens LGBT na Covilhã não têm”, explica. A pedopsiquiatra aponta alguns problemas associados a esta temática e faz um balanço positivo da sessão. “Falta muito na parte da formação de base nas faculdades de medicina. Outra realidade é a dificuldade que nós médicos e estudantes de medicina temos em chamar a atenção dos colegas que usam termos pejorativos ou que têm atitudes pouco corretas nestas situações. Por isso, estas iniciativas são ótimas, indicam que as gerações mais novas estão muito mais alerta para estas questões, que têm noção da falta de formação e estão à procura dela”. Margarida Ornelas afirma que “foi uma das PedTalks que teve mais interações nas redes sociais, em que mais pessoas parabenizaram o MedUBI” e que o núcleo está ainda a discutir temas para futuras PedTalks. |
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