Cerca de 700 finalistas da Universidade da Beira Interior (UBI) benzeram as suas pastas no sábado, 19 de junho. Depois de um ano de interregno, devido à pandemia da COVID-19, a tradicional Bênção dos Finalistas teve lugar no Pavilhão Desportivo N.º 2, com a aplicação de medidas ajustadas às medidas recomendadas pelas autoridades de saúde.

A diminuição da incidência da doença e a aplicação de rigorosas regras de segurança, recomendadas pelas autoridades de saúde, permitiram retomar o evento que foi promovido pelo Centro Académico Pastoral e Associação Académica, com o apoio da UBI.

A situação de pandemia foi, de resto, marcante também no percurso académico dos alunos. “Antes da pandemia o pessoal juntava-se mais para estudar e para nos divertirmos. Com esta situação não tivemos essa possibilidade, mas penso que foi pior para quem entrou este ano, que terão sentido mais isso”, considera Francisco Nunes. O finalista de Química Industrial espera “que daqui para a frente a situação melhore”, adiantando, no entanto, que a instituição tentou solucionar o problema. “Podíamos estar na biblioteca e a universidade também tem outros locais para podermos estar para tirar dúvidas e os próprios professores também se disponibilizaram sempre para nos ajudar”.

Quanto ao percurso académico, não tem dúvidas em afirmar que “valeu a pena”. Oriundo da Guarda, Francisco Nunes adianta que há sempre momentos em que pensamos em desistir porque as coisas se tornam complicadas, mas com o apoio dos pais e dos amigos tudo valeu a pena e hoje estamos aqui a celebrar”.

“Fui muito bem acolhido, esta é uma universidade que tem tudo para formar boas pessoas, porque tem excelentes docentes e, por isso, tenciono continuar na UBI para mestrado. Temos que trabalhar todos para conquistar aquilo que queremos, mas até hoje consegui e estou muito orgulhoso por isso”, revela.

O sentimento de dever cumprido é extensivo aos pais de Francisco. Goreti Nunes sublinha o “orgulho enorme” do filho, “por ter conseguido ultrapassar” mais uma etapa. Aquilo que eu desejo é que ele continue e ele está com essa intenção. Estou muito feliz”. O pai, Jorge Lourenço, afirma ter gostado “muito da cerimónia, apesar dos condicionalismos”, e aproveita para deixar uma mensagem a todos os pais e finalistas da UBI: “valeu muito a pena os pais terem feito o sacrifício que fizeram. Desde que eles aproveitem, vale sempre a pena. Desejo que os outros pais e os outros filhos também saibam aproveitar”.

Vinda de Abrantes, Catarina Santos chegou à UBI há três anos para tirar o curso de Design Multimédia e foi uma das finalistas deste ano. Convidada a fazer um balanço do percurso académico, a estudante diz ter sido de “alegria, depois de três anos de muito suor, de muito trabalho. Foi uma sensação boa ter conseguido chegar ao fim. Pena esta situação da pandemia, mas conseguimos e estamos aqui hoje e correu tudo bem”, considera. “A cidade em si e os meus amigos, as pessoas que conheci cá vão comigo para sempre no meu coração. Valeu muito a pena”, sublinha a finalista.

A ideia é corroborada pelo pai de Catarina, Alfredo Santos, que considera que “tanto a universidade como a cidade, são muito acolhedoras”.

Para a mãe, Clotilde Gonçalves, o dia é, “sem dúvida, de muita alegria por ela ter conseguido alcançar o que sempre quis e sonhou e que conseguiu com muito trabalho”.

Depois de não se ter realizado em 2020, a cerimónia teve lugar este ano em dois momentos (de manhã e de tarde), para diminuir o número de pessoas presentes no local, o Pavilhão Desportivo n.º 2 da UBI. De manhã, benzeram as pastas 396 finalistas de 13 cursos das faculdades de Ciências da Saúde, Ciências e Artes e Letras. De tarde, foram 300 os finalistas a participarem na cerimónia, num total de 17 cursos das faculdades de Engenharia e de Ciências Sociais e Humanas.

“Não é a celebração ideal e que todos queríamos, mas acredito que tenha sido um dia muito feliz para os nossos estudantes finalistas”, considera do presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI). “Depois de em 2020 não termos tido qualquer celebração, este ano com uma articulação e cooperação do Centro Pastoral da UBI, da própria UBI e da AAUBI, conseguimos idealizar e concretizar duas cerimónias e momentos importantes e que marcam o percurso académico”, vinca Ricardo Nora.

O acesso foi apenas permitido aos finalistas, cuja temperatura foi medida à entrada do recinto, tendo sido depois posicionados à distância recomendada pelas regras de combate à pandemia. Os restantes momentos do evento, desde a movimentação das pessoas durante a cerimónia à higienização dos espaços e objetos, no final, foram também alvo de apertadas regras.

A cerimónia pôde ser acompanhada online na página do Facebook da AAUBI.