Urbi et Orbi: Porquê Ciências da Comunicação e porquê na UBI?

Joana Miranda: Para falar verdade, a UBI não foi a minha primeira escolha... Não entrei na minha primeira opção por algumas décimas, por isso cheguei à Covilhã com o objetivo de tentar a transferência para a minha primeira escolha... Uma semana depois, essa ideia tinha desaparecido... o ambiente da universidade, a estrutura do curso e o companheirismo que encontrei fizeram-me mudar de ideias num abrir e fechar de olhos. A UBI não foi um amor à primeira vista, mas é um dos amores da minha vida!

Quanto ao curso, até ao 10.º ano andei um pouco perdida nas ideias para o meu futuro. Gostava muito de futebol e de desporto e a minha mãe disse-me para ir para jornalismo desportivo. E fez-se luz! Achei que Ciências da Comunicação, além do jornalismo, me podia abrir outras portas nesta imensa área e isso pesou muito na minha decisão.

U@O: Valeu a pena essa decisão?

JM: Valeu a pena, sim. Ao longo da minha vida profissional, passei por algumas áreas da Comunicação e fui sempre buscar ao curso de Ciências da Comunicação alguma coisa que apliquei nessas experiências profissionais. Já trabalhei numa rádio (e numa parte dessa experiência tive de usar o estúdio da RUBI para gravar alguns segmentos para algumas rubricas que fazia na Aveiro FM), passei por dois jornais online, tirei alguns ensinamentos das aulas de Marketing e Relações Públicas para a minha passagem por uma agência de Comunicação e outra de Marketing, e agora trabalho numa televisão. Ciências da Comunicação na UBI deu-me bases para isto tudo, não posso dizer outra coisa que não seja “valeu a pena”.

U@O: O que recorda dos tempos da UBI?

JM: Recordo os tempos da UBI com uma saudade imensa... Cresci como pessoa, aventurei-me em mundos que não conhecia, fiz amigos para a vida. Fui muito feliz na UBI... e até nos momentos menos bons, como o dia em que passei parte do meu aniversário no hospital por ter batido com a cabeça num dos postes da Parada, me fez ver que as relações de amizade que fiz na UBI valem muito... O meu olho “à Belenenses” valeu-me ser a miúda mais mimada da UBI durante dias. Mas isso é apenas um episódio daquilo que vivi... o companheirismo estendeu-se sempre às horas de estudo e ajudas nos trabalhos, como também no atrevimento de nos atirarmos de cabeça a projetos na TUBI e na RUBI antes de nos aparecem como cadeiras obrigatórias no currículo do curso.

U@O: Como tem sido o seu percurso profissional desde que saiu da UBI até hoje?

JM: Fiz um estágio na Aveiro FM durante um verão e queriam que eu continuasse, mas tinha de voltar à UBI. Então fizeram-me uma proposta para continuar à distância fazendo rubricas como dicas de novas bandas, sites na internet e por aí fora, coisas que podia escrever em casa e utilizar o estúdio da RUBI para gravar a voz. Editava e enviava o produto final e pronto a entrar na emissão.

Deixei a Aveiro FM quando me mudei para Lisboa para um novo estágio e aí já não tinha um estúdio à mão para continuar a colaborar com a rádio. Fui para o SEXTA, um jornal gratuito que era um projeto conjunto do Público e A BOLA. Escrevi sobre tudo e mais alguma coisa, fiz muitas reportagens de rua e entrevistas com aquelas pessoas que, na altura para mim, só via na televisão. Fez-me sentir que estava “a jogar com os grandes”!

Esse projeto acabou e segui para a Sportinvest Multimédia, que detém hoje o SAPO Desporto. Na altura escrevíamos para o Infodesporto e para o online do jornal O Jogo.

Gostava do que fazia, mas surgiu uma proposta para gerir a plataforma digital de uma Agência de Marketing, gostei do projeto e aventurei-me. Apareceu depois uma Agência de Comunicação, mas o “bichinho” do jornalismo continuava lá.

Em 2011, fui convidada para integrar o projeto A BOLA TV, o diretor do canal, que tinha sido meu diretor no SEXTA, convidou-me para voltar a trabalhar com ele... não pensei duas vezes!

Entrei muito no início do projeto, ainda nem emissão fazíamos e com isso aprendi muto daquilo que sou hoje como profissional. Além de jornalista, fiz Produção e Agenda, geri algumas das finanças diárias do projeto, ajudei a planear férias e folgas... bem, deu-me experiência. Mas até isso agradeço à UBI: a capacidade de organização e de nos virarmos sozinhos como tínhamos de fazer nos dias de atelier de RUBI e TUBI, foi uma boa escola.

Com A BOLA TV a crescer, fui deixando algumas dessas áreas e foquei-me mais no jornalismo... muito trabalho de redação e na rua, acabaram por me proporcionar ser hoje Coordenadora Editorial do canal.

U@O: Com toda esta experiência acumulada, que conselhos daria a um atual aluno de Ciências da Comunicação da UBI para vingar nesta área?

JM: Sejam audazes e aproveitem tudo o que a UBI tem para vos dar, a começar pela vertente tão prática que o curso dá (acreditem, não existe em todas as universidades!). Olhando para o meu caso, fiz parte de um grupo de amigos com a curiosidade e audácia em níveis máximos. Quisemos testar o lado prático do curso antes de chegarem as cadeiras práticas. Com muita ajuda e incentivo (obrigada, Prof. João Canavilhas) fomos fazendo umas reportagens, tivemos um programa semanal na TUBI e algumas horas de emissão na RUBI... tudo extra-curricular, tudo por querer aprender e aproveitar as boas condições que a UBI nos deu. Mas não se esqueçam de viver fora da universidade... as histórias, as experiências (boas e más) dão-nos bases essenciais para vingar numa área tão vasta como é a Comunicação.

Nome: Joana Miranda

Naturalidade: Aveiro

Curso: Ciências da Comunicação

Ano de entrada na UBI: 2003

Filme preferido: Sou mais de séries. Diria “Friends”

Livro preferido: A trilogia “O Século”, de Ken Follett

Hobbies: Viajar (muito!!), ler, “sujar” as mãos em tudo o que meta artes e Design