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O que acontece à Comunicação Organizacional em tempos de pandemia?
Matilde Mesquita · quarta, 26 de maio de 2021 · No dia 19 de maio os alunos do Mestrado em Comunicação Estratégica: Publicidade e Relações-Públicas e do Mestrado em Empreendedorismo e Inovação Social da UBI organizaram um webinar sobre “Comunicação Organizacional em contexto pandémico”. |
Fonte: Instagram do Mestrado em Comunicação Estratégica da UBI |
21994 visitas O evento, que teve lugar na plataforma Zoom e foi transmitido no YouTube, onde está disponível, teve como objetivo descobrir como é que as organizações, sejam elas privadas, públicas ou não governamentais, desenvolveram a sua comunicação ao longo da pandemia. As organizações selecionadas para este dia foram a Federação Académica do Desporto Universitário, a Câmara Municipal da Marinha Grande, a ONG TETO e o Sport Lisboa e Benfica. A primeira convidada e responsável pelo Departamento de Comunicação e Imagem foi Letícia Neto, da Federação Académica do Desporto. Licenciada em Ciências da Comunicação na UBI e pós-graduada em Estudo dos Media e Jornalismo, Letícia Neto trabalhou dois anos no jornal “A Bola”, tendo de seguida passado para a FADU, onde lida agora com 50 modalidades desportivas, desde o Andebol ao Tiro ao Arco. Letícia Neto afirma que perante a situação Covid-19 tudo ficou em pausa exceto a comunicação. “A comunicação continua a existir. Até porque estamos numa época em que o digital tem mais destaque”. Ressaltou também que o seu departamento de comunicação foi forçado a reinventar as suas estratégias para que não deixasse de haver atividade. O facto da FADU ter ficado sem qualquer tipo de atividade no terreno levou a que a equipa de comunicação começasse, como primeira iniciativa, por organizar entrevistas em direto aos ex-estudantes atletas das competições universitárias como Patrícia Mamona, atleta de Triplo Salto e Rui Bragança, desportista de Taekwondo, nas redes sociais como o Instagram, de maneira a angariar novos atletas para a federação. A segunda iniciativa de dinamização foi a estreia da FADU nos E-Sports que são competições de desportos eletrónicos. A experiência serviu como teste para que em 2021 seja lançada a marca da organização que se irá chamar “E-FADU Portugal”. A profissional destaca que com a pandemia surgiu a disponibilidade por parte dos colaboradores da FADU para que se pudessem dedicar a este novo projeto. O segundo orador foi Raul Testa, chefe do Departamento de Comunicação da Câmara Municipal da Marinha Grande. Quando questionado acerca das transformações a nível de comunicação interna trazidas pela pandemia atual, o chefe do Departamento de Comunicação confirmou que quem trabalha na comunicação “viu-se inundado de trabalho” não só pelos comunicados relativos aos confinamentos, mas também pelos decretos-lei das reuniões de Conselho de Ministros, nas quais era decidida a abordagem perante o desconfinamento. Adiantou ainda que os técnicos de comunicação tinham “de comunicar estas informações muito rapidamente. Por vezes, as reuniões do Conselho de Ministros ocorriam na noite de quinta-feira e o decreto-lei saía ao final do dia de sexta-feira. Isto é difícil porque estamos a falar de uma instituição como a Câmara Municipal, onde os respetivos técnicos têm um horário que tem de ser respeitado”. Ao abordar o tema dos horários, Raul Testa informou ainda que, em contexto pandémico, a gestão que faz no gabinete não se rege por horas fixas, até porque a maioria dos trabalhadores ficaram em teletrabalho. “O que interessa para mim é que o trabalho esteja feito”. Em termos de comunicação interna, a instituição comunica via e-mail. Já no que respeita à comunicação externa, utilizaram os meios de comunicação comuns como os jornais e rádios locais e usaram também a APP Marinha Grande. Além destes meios, a autarquia mandou também instalar outdoors digitais. Relativamente às principais estratégias utilizadas, Raul Testa declarou que todos os funcionários passaram a trabalhar a partir de casa. com exceção daqueles que estão em serviços onde o teletrabalho não podia ser implementado, como por exemplo atender às necessidades da população mais envelhecida, ou as atividades da CPCJ (Comissão de Proteção de Crianças e Jovens). O chefe do Departamento de Comunicação transmitiu também que o maior desafio da Câmara Municipal foi “o agilizar de processos administrativos que eram feitos em papel, embora já tivéssemos iniciado a transição do papel para a informatização dos serviços, mas os institutos públicos são sempre os mais difíceis de mover”. Posto isto adicionou que “a pandemia obrigou à mudança do mindset de toda a gente”. A Câmara Municipal da Marinha Grande realizou também a formação on-line dos trabalhadores para a nova informatização dos sistemas. O terceiro interveniente foi a Organização Não Governamental TETO, uma associação de voluntariado do Brasil presente em 19 países da América Latina com o objetivo de melhorar as condições de vida das populações mais pobres. A organização não esteve diretamente presente no evento, tendo as alunas entrevistado a Gerente Nacional de Comunicação da TETO Brasil, Giovanna Maradei e apresentado os áudios juntamente com a apresentação aos 35 participantes deste webinar. No que concerne à comunicação externa, de acordo com o comunicado por Giovanna Maradei, no início da pandemia, era obrigação do departamento de comunicação de cada área da TETO informar acerca dos cuidados de segurança e saúde. As redes sociais foram também um meio de comunicação utilizado pela organização tal como a imprensa. Em áudio, Giovanna Maradei explica a necessidade que a ONG teve de comunicar através da imprensa com o intuito de que houvesse um esclarecimento para com a população e continuar a marcar presença na comunidade. A Gerente Nacional de Comunicação clarifica que a organização precisava de “explicar a todos que ainda estávamos a atuar”. Quanto à comunicação interna da TETO Brasil, o grande desafio foi, segundo Giovanna Maradei, a grande quantidade de conteúdos para comunicar em simultâneo ao que veio acrescentar-se a tradução das informações antes da divulgação, sendo que a maioria chega em idioma espanhol, e as frequentes reuniões on-line. Contudo, a Gerente de Comunicação destaca que os pontos mais positivos foram a proximidade que a comunicação constante entre os dirigentes da organização e os voluntários possibilitou. A última apresentação por parte dos alunos foi a da empresa Sport Lisboa e Benfica, em formato videocast, que teve como entrevistado Ricardo Maia, Gestor da Comunicação Corporativa do SLB, para dar a entender como funcionou a gestão interna com o surgimento do Coronavírus. No videocast e através dos takes disponibilizados pelo grupo de alunas de Mestrado, Ricardo Maia alega que, apesar de ninguém esperar o ataque da pandemia, a organização desenvolveu rapidamente um “comité de crise”. Explicou, além disso, que o SLB foi “o clube mais afetado pela Covid-19 em termos de futebol. Tivemos dois meses em que todo o plantel e equipa técnica esteve infetado por Covid-19, o que nos prejudicou produtivamente”. No que diz respeito ao surgimento de alterações na comunicação interna com a situação de pandemia, um dos grandes desafios foi a passagem para a comunicação à distância, apontando que também nesta empresa foi necessária a adaptação da transição para reuniões em regime on-line. No entanto destaca que esta alteração acabou por ter um impacto mais favorável para o SLB permitindo que as reuniões fossem mais curtas e objetivas, sendo estas mais benéficas que as presenciais. O webinar tem segunda data marcada para hoje, dia 26, às 14h00, com a participação da Cáritas, do Centro Hospitalar e Universitário da Cova da Beira, uma ONG e uma empresa do ramo automóvel. Os alunos do Mestrado em Comunicação Estratégica da UBI têm também uma página de Instagram dedicada aos seus eventos onde são dadas atualizações constantes sobre os atuais webinars e futuros planos. |
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