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"A arte é feita para quebrar paredes e misturar aquilo que não deve ser misturado"
João Pedro Antunes · quarta, 5 de maio de 2021 · Cultura Moisés Feliciano é aluno de Cinema da UBI, músico e esteve à conversa com o Urbi et Orbi. |
Moisés Feliciano, 22 anos, estudante de Cinema na UBI e músico. Foto: Acervo pessoal |
22034 visitas Moisés Feliciano tem 22 anos e é estudante de licenciatura em Cinema na Universidade da Beira Interior. No entanto, além da vida académica, também faz música sob o nome “moisés”. O trabalho deste artista originário das Caldas da Rainha é um limbo entre o comercial e o alternativo, misturando o hip-hop abstrato com o r&b mais californiano. Desde que começou a sua carreira artística, lançou dois EP's: “sobre viver" em 2019 e “100 sonhos" há cerca de dois meses. Na semana passada, lançou um novo single intitulado de “SUMO", onde explora sonoridades diferentes das anteriormente abordadas. A URBI conseguiu contactar este artista para fins de entrevista. Ao longo desta conversa, falámos do seu processo artístico até à data, de projetos futuros e de muitas outros assuntos. Abaixo, pode-se ler a entrevista na sua íntegra:
Vamos começar pela raiz disto tudo: como começou a tua jornada musical? Moisés (M) – Uma das cenas que mais me inspirou foram os Brockhampton. Eu adorei as músicas deles e depois descobri mais sobre a forma como começaram: sem nada. Eles deixaram tudo e focaram-se na música, algo que tanto lhes significava. Isto acabou por me dar um impulso gigante para começar a fazer beats, que ao início eram péssimos [risos], mas foram melhorando. Depois, decidi ser eu a assumir as partes de rap porque não encontrava mais ninguém que o fizesse por mim.
O que te faz continuar? M – Honestamente, é a sensação que tenho ao fazer música. Acho que nada me preenche tanto quanto estar sozinho no meu quarto a descobrir melodias. Passado umas semanas, formam-se sons completos nos quais me posso exprimir de uma forma que não conseguiria normalmente.
Como descreverias a tua música a alguém que não te conhece de todo? M – A minha música é rap, mas eu não me considero rapper. Sim, eu faço música muito influenciada pelo hip-hop, no entanto, há muitos outros géneros misturados na mesma batedeira: rock, pop, soul, trap, etc... Isto porque a arte é feita para quebrar paredes e misturar aquilo que não deve ser misturado. Para mim, a música é algo que me permite fazer tudo o que quiser sem regras. Eu junto tudo, sai o que tiver que sair e depois ponho-me a falar da minha vida.
Há poucos dias, lançaste um novo single: “SUMO”. Nessa faixa, exploras sonoridades um pouco diferentes das abordadas nas do EP que lançaste apenas há dois meses. A fase dos “100 sonhos” já passou? M - Não sei. Quando faço música, não penso em algo específico: deixo que os sentimentos liderem. A nível de tema, sinto que vou sempre ficar pelo “eu”. Talvez devesse parar de ser tão focado em mim, mas escrever sobre o que me atormenta é uma espécie de terapia; a nível sonoro, quero ir experimentando estilos diferentes, principalmente com a minha voz.
Podemos esperar nova música vinda de ti num futuro próximo? Ouve a resposta de moisés em formato de áudio aqui.
Neste momento, és estudante de licenciatura em Cinema na Universidade da Beira Interior. A experiência universitária - tanto a nível estudantil como do próprio ambiente da Covilhã - ajudou de alguma forma na tua trajetória artística? M – Sem dúvida. Desde que entrei no curso, fui entendendo que a música é o que realmente me preenche e consegui aliar isso ao cinema através dos videoclips que eu e a minha namorada – que estuda no mesmo curso que eu – fazemos.
Sentes que o facto de te sediares em cidades longe das metrópoles afeta de alguma forma a exposição e publicitação da tua música? M - Não te consigo dizer ao certo. Por um lado, maior parte da minha publicitação é feita pela World Wide Web; por outro, se eu vivesse em Lisboa ou no Porto teria mais oportunidades de conhecer e colaborar com outros artistas.
Além do fator da publicitação, também temos a questão da pandemia. Como todos sabemos, a cultura foi um dos setores mais afetados por esta situação, aqui em Portugal. Como um artista que começou a sua carreira há relativamente pouco tempo: sentes-te afetado por este fator? M – Comparando a outros artistas de maior nome que por aí andam, não. Eu fiz um total de 20 euros com a minha música e nenhum concerto foi cancelado porque nunca agendei um. Honestamente, a pandemia até me deu mais tempo para fazer música e única coisa que me afetou foram as experiências que eu podia ter tido, mas não tive. Especialmente quando as letras das minhas músicas rodam à volta das minhas experiências pessoais.
Que artistas mais tens ouvido ultimamente? M – Dentro dos nomes grandes: o último álbum dos Brockhampton; “Palavras Cruzadas”, do David Bruno e do Mike El Nite; The Avalanches; o último álbum do Madlib, etc; dentro de artistas mais pequenos, posso dizer que a malta portuguesa anda a fazer música incrível: Adler Jack, Vert Gum, o último álbum do Wugori com o gonsalomc... e vou-me conter aqui para não ficar aqui mais meia hora.
A discografia de moisés pode ser ouvida em qualquer plataforma streaming. Também disponibilizamos agora a playlist "alguns sonhos", organizada pelo próprio e contendo algumas das suas músicas e das suas inspirações
Moisés Feliciano tem 22 anos e é estudante de licenciatura em Cinema na Universidade da Beira Interior. No entanto, além da vida académica, também faz música sob o nome “moisés”. O trabalho deste artista originário das Caldas da Rainha é um limbo entre o comercial e o alternativo, misturando o hip-hop abstrato com o r&b mais californiano. Desde que começou a sua carreira artística, lançou dois EP's: “sobre viver" em 2019 e “100 sonhos" há cerca de dois meses. Na semana passada, lançou um novo single intitulado de “SUMO", onde explora sonoridades diferentes das anteriormente abordadas. A URBI conseguiu contactar este artista para fins de entrevista. Ao longo desta conversa, falámos do seu processo artístico até à data, de projetos futuros e de muitas outros assuntos. Abaixo, pode-se ler a entrevista na sua íntegraMoisés Feliciano tem 22 anos e é estudante de licenciatura em Cinema na Universidade da Beira Interior. No entanto, além da vida académica, também faz música sob o nome “moisés”. O trabalho deste artista originário das Caldas da Rainha é um limbo entre o comercial e o alternativo, misturando o hip-hop abstrato com o r&b mais californiano. Desde que começou a sua carreira artística, lançou dois EP's: “sobre viver" em 2019 e “100 sonhos" há cerca de dois meses. Na semana passada, lançou um novo single intitulado de “SUMO", onde explora sonoridades diferentes das anteriormente abordadas.
A URBI conseguiu contactar este artista para fins de entrevista. Ao longo desta conversa, falámos do seu processo artístico até à data, de projetos futuros e de muitas outros assuntos. Abaixo, pode-se ler a entrevista na sua íntegra: : |
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