Ser Bombeiro é prestar serviços à comunidade, é estar disponível e ter consciência do perigo que se corre ao exercer esta nobre profissão. Quem explica é Fernando Lucas, Comandante dos Bombeiros Voluntários da Covilhã. Em entrevista ao URBI, ele relembrou uma das historias mais marcante da sua carreira, o dia em que perdeu três colegas de profissão num acidente de helicóptero, em agosto de 1996.

Fernando havia sido destacado para uma missão de helicóptero no concelho da Guarda com mais cinco pessoas. No regresso, a aeronave despenhou-se, três dos seis bombeiros a bordo sobreviveram, incluindo Fernando. Embora reconheça os riscos da profissão, o comandante ressalta que é no corpo de bombeiros que se disfruta das “coisas que temos melhor na nossa vida”, como ver uma criança nascer dentro da ambulância.

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Poucas pessoas sabem, mas a 4 de maio comemora-se o Dia Internacional do Bombeiro. Nesta data, estabelecida em 1999, presta-se uma homenagem a todos que dedicaram e continuam a dedicar as suas vidas para salvar a dos outros. O dia também, de devoção a São Floriano, padroeiro destes heróis sem capa.

A data ficou marcada depois de uma intensa campanha de difusão de emails, por todo o mundo, gerada pela trágica morte de cinco bombeiros num incendio na Austrália. Como forma de prestar homenagem e agradecer aos bombeiros que arriscam as próprias vidas para salvar o próximo, neste dia usa-se uma fita azul e vermelha, cores que simbolizam o fogo e a água e que são predominantes no Dia Internacional do Bombeiro.

Este dia pretende promover a profissão e a sua importância, homenagear e honrar a memória daqueles que morreram durante o exercício da profissão ou devido a complicações deste trabalho. Não é apenas dos bombeiros, mas o dia de todos que tornam possível o salvamento e auxílio da comunidade.

Considera-se Bombeiro aquele que é integrado de forma profissional ou voluntária num Corpo de Bombeiros,com o objetivo de cumprir missões: proteger vidas humanas e bens em perigo, prevenir e extinguir incêndios, socorrer feridos, doentes ou náufragos, e prestar  outros serviços previstos nos regulamentos internos e demais legislação aplicável. Segundo Fernando Lucas, ser bombeiro é “dar um pouco de si à comunidade e querer prestar algo, querer ajudar pessoas”.

O comandante Lucas está na corporação há 10 anos. Confessa que “naquela altura não havia os divertimentos que há hoje em dia. Os jovens juntavam-se em grupo e o espaço comum era no corpo de bombeiros”. Acredita que esse convívio o fez ficar e criar carreira no sítio onde já tinha boas memórias. Começou como aspirante, mas saltou a chefia após se tornar comandante. “Aqui permaneço há 10 anos” sem pensar, por enquanto, em parar, afirma o comandante.

Como ingressar nos bombeiros

O ingresso na carreira faz-se com a idade mínima de 18 anos e a máxima de 35. É necessário dirigir-se ao Corpo de Bombeiros da sua área de residência e efetuar a inscrição como estagiário, fase esta que obriga à frequência com aproveitamento do Curso de Instrução Inicial de Bombeiro, constituído por seis módulos com um total de 350 horas de formação, onde serão avaliadas as capacidades físicas e intelectuais dos futuros bombeiros.