Os mineiros da Panasqueira,aldeia situada no concelho da Covilhã, pretendem obter salários mais elevados do que os oferecidos pela empresa. A proposta dos funcionários é que o aumento salarial seja de 50 euros para cada trabalhador.

Em comunicado enviado à Agência Lusa , a empresa que detém a exploração das minas, a Beralt Tin and Wolfram Portugal, informou que ofereceu 0,5% de aumento no salário base, tendo depois subido para 0,75%, acrescido de outros aumentos nos subsídios. A empresa afirma ainda não ter condições financeiras de elevar o salário além dos 0,5% e acusa o Sindicato de Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) de intransigência.

Segundo a empresa, a situação irá ser revista entre finais de julho e início de agosto. A Beralt Tin and Wolfram explica ainda que acumula prejuízos de vários milhões de euros por causa das consequências provocadas pela situação pandémica no setor.

O representante do Sindicato de Trabalhadores da Indústria Mineira, Luís Paulo Mendes , considera que a proposta da empresa não é suficiente para o trabalho e pelas condições que os mineiros estão expostos. Segundo declarações à Lusa, no primeiro dia de greve, houve “adesão quase total”. "No primeiro turno, além dos encarregados, apenas entraram três pessoas na mina e mais três pessoas na lavaria. Já no segundo turno, a adesão foi de 100%, quer dentro da mina, quer na lavaria”, afirmou Luís Paulo Mendes. Garantindo que a greve é para continuar, o sindicato mostra-se disponível para reunir com a administração.  

As Minas da Panasqueira funcionam há mais de cem anos, são a única exploração de extração de volfrâmio em Portugal e abrangem os concelhos da Covilhã e do Fundão.