A iniciativa, organizada em parceria entre a Câmara Municipal de Castelo Branco e a organização comunitária “Amato Lusitano - Associação de Desenvolvimento”, decorreu na rede social Facebook, na página da associação. Este projeto teve dois painéis, que se dividiram entre a parte da manhã, e durante a tarde.

A sessão da manhã teve início às 10:30h, com o painel intitulado “O caminho da integração da comunidade cigana no distrito de Castelo Branco”, onde foram abordadas temáticas como a igualdade de género, combate à discriminação étnica, abandono escolar e mercado de trabalho. Esta sessão terminou com um vídeo ilustrativo das condições de trabalho precárias da comunidade cigana, especificamente no setor agrícola.

Antónia Silvestre, membro da CooLabora, uma cooperativa de intervenção social sediada na Covilhã, assume que “existem problemas sérios ao nível do absentismo escolar”. Segundo Antónia Silvestre, para combater o abandono escolar é necessário que as crianças frequentem o ensino porque “adquirindo algumas competências através da escola, vão poder perspetivar-se num futuro diferente”.

Na parte da tarde, o painel contou com a participação de alguns elementos da comunidade cigana, com o intuito de refletir sobre as novas gerações da comunidade. A presidente da “Associação para o Desenvolvimento das Mulheres Ciganas Portuguesas”, Sónia Matos, assumiu nunca antes ter imaginado que a associação criada por si “há vinte anos atrás pudesse estar a dar resposta e apoio às mulheres que procuram ter mais escolaridade, emprego e ter uma vida mais estável”.  

Sónia Matos referiu que atualmente, ligadas à sua associação, existem “27 mulheres na Escola Secundária da Amora que estão a fazer processos de validação de competências”, frequentando o nono e sétimo ano de escolaridade, e “algumas até a aprender a ler”.

Na sessão de encerramento, José Augusto Alves, presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco constatou “a procura de sinergias” com entidades que promovem a integração da comunidade cigana. Segundo José Augusto Alves, este “I Encontro da Cultura Cigana de Castelo Branco” ajudou a “alicerçar os valores da democracia e a defesa dos direitos humanos, numa procura de coesão social”. Na última parte do evento também se encontraram presentes Arnaldo Braz, presidente da “Amato Lusitano - Associação de Desenvolvimento” e Cláudia Pereira, Secretária de Estado para a Integração e as Migrações.