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AAUBI promove sessão com empreendedores da Beira Interior
Sara Monteiro · quarta, 24 de mar?o de 2021 · @@y8Xxv “Idealiza e conquista” foi uma conversa informal com três jovens que se desafiaram a ser empreendedores no distrito: Luís Lavoura (CEO da SALYS), André Mendes (CEO do XICO’S) e Pedro Silva (CEO da STAR JE). A transmissão online ocorreu na página do Facebook da AAUBI. |
Painel dos participantes |
22000 visitas A Associação Académica da Beira Interior organizou uma sessão sobre empreendedorismo com um painel constituído pelo CEO da empresa "SALYS" (Luís Lavoura), CEO do "XICO'S" (André Mendes) e o CEO da "STAR JE" (Pedro Silva), moderado por Carolina Salgado, do "Jornal + Academia".
Sal saudável Luís Lavoura é um antigo estudante de Biotecnologia na UBI e a sua empresa fabrica e comercializa um produto "alternativo ao sal", à base de salicórnia, uma planta substituta. Hoje está presente em mais de 50 lojas a nível nacional, incluindo uma de grande distribuição, hotéis e restaurantes. A criação do seu negócio deveu-se ao facto de ser "uma pessoa muito curiosa, gosto de estar à frente de projetos, ideias inovadoras e deixar a minha marca" e acrescenta que o grande objetivo de um negócio é "ajudar as pessoas. Se não tiver um fator social, nunca vai vingar no mercado", explica. Tudo começou no seu primeiro ano de mestrado na Escola Agrária de Castelo Branco: "Não queria concorrer, como milhares de pessoas e finalistas, para entrar em empresas porque não via uma forma de sobressair no meio de tanta gente". Com a tentativa de micropropagação de qualquer espécie de planta para uma área, Luís investiu na área alimentar e começou a desenvolver a sua ideia do negócio, instalando-se em Castelo Branco, no Centro de Empresas Inovadoras. Devido ao COVID-19, Luís refere uma paragem nas vendas e lamenta: "Afetou bastante a empresa porque eu assinei um contrato com uma grande distribuição em fevereiro do ano passado, o grupo Auchan e, no mês seguinte o coronavírus instalou-se. Outras fontes de rendimento que eu tinha eram eventos e feiras em todo o país. O seu cancelamento teve um impacto de cerca de 80 por cento na faturação da SALYS". Todavia, refere um dos seus "grandes momentos de orgulho: o reconhecimento do meu negócio no 'Prémio Nacional de Agricultura’, com uma menção honrosa na categoria de 'Jovens Empresas'". No futuro e, a nível pessoal, Luís espera fazer parcerias para que a sua atuação, em todos os passos da produção do produto, seja realizada por colaboradores, ou seja, pretende “liderar uma equipa”. No final, deixa dois conselhos: "falhem muito para que possam aprender com esses erros. Sem falhas não há desenvolvimento", remata.
Empresa Estrela Pedro Silva (STAR Júnior Enterprise) é aluno de mestrado de Engenharia Informática na UBI. Líder da primeira júnior empresa da Beira Interior, "100 por cento digital", a sua missão consiste em "aproximar os estudantes do mercado de trabalho através de experiências reais, com prestação de serviços". Com um ano de existência, a equipa da "STAR JE" é constituída por 23 estudantes e, com isso, é necessário proceder à distinção entre as relações pessoais e profissionais, sendo crucial "existir profissionalismo individual", admite. Natural de Lisboa, Pedro teve algumas experiências de trabalho na sua cidade natal, em start ups, onde estava rodeado de amigos que deram início aos seus próprios negócios e pensa que aí nasceu o seu "espírito mais empreendedor" e o desejo de "começar algo que fosse meu e que não de outra pessoa, ou seja, realizar a minha visão". A criação da sua empresa ocorreu no último ano da licenciatura em Informática Web pois Pedro Silva "queria muito trabalhar, eu sou uma pessoa bastante prática, mas o mercado de trabalho era um pouco assustador, não me sentia apto para entrar, mas percebi que não era o único". Pedro realizou um estudo o ano passado, em que concluiu que "apenas 45 por cento dos estudantes da UBI sentiam que estavam preparados para o mercado de trabalho" e questionou-se: "Como vou resolver este dilema? Tiro o mestrado. Desta forma tenho dois anos para tentar solucionar ou melhorar isso". Assim nasceu uma júnior empresa que "fazia um fit quase perfeito com o problema", sublinha. A empresa de Pedro Silva contou com a ajuda de "um grande acompanhamento mensal da Federação Nacional de Júnior Empresas, o que foi muito importante na construção de um modelo de negócios", confessa. Desde a pandemia e tendo em consideração as mudanças que tiveram que ser impostas, decidiram fazer projetos pro bono (parceria com a Forall Phones, em que criaram uma rede social de raiz relacionada com os objetivos e desenvolvimento sustentável da ONU). Pedro Silva lamenta "não ter lançado a empresa há mais tempo, por receio; se bem que percebi que na verdade não tinha nada a perder". Em sua opinião um empreendedor é uma pessoa que "vende bem" uma ideia e motiva outras pessoas a seguirem na mesma direção. Dois meses depois de criada a "STAR JE" conseguiu duplicar o valor do investimento. Em suma, fala sobre o acontecimento mais importante até hoje: "a passagem de Júnior Iniciativa a Júnior Empresa em meses. É uma grande oportunidade para os alunos da UBI que agora vão poder experienciar o mercado de trabalho de uma forma completamente diferente e também têm acesso à rede mundial do movimento júnior. Podemos entrar em contacto com juniores empresas de outros países, organizar eventos na Covilhã e internacionais", conta.
"Não somos uma imitação da Uber ou Glovo" André Mendes (XICO’S) é antigo estudante de Design Industrial na UBI. A sua empresa, criada há mais de dois anos e liderada por quatro sócios, encontra-se atualmente em funcionamento nas cidades do Fundão, Covilhã e Castelo Branco. A criação deveu-se, em grande parte, ao facto de André ter familiares no ramo empresarial e isso foi um incentivo, pois "sempre fui ensinado segundo o lema do 'se queres alguma coisa, ou se queres realmente ter algo, faz por isso. Não esperes que os outros façam por ti'", refere. No seu caso, como "já estava dentro da área do design, era estimulado diariamente para que houvesse ideias e projetos novos". O seu curso encontra-se focado no desenvolvimento de "algo que seja funcional", e por isso André compara-o ao empreendedorismo: criou algo para as pessoas usufruírem, neste caso uma empresa, o XICO'S. A ideia inicial do seu negócio era "um espaço físico, dentro do mesmo conceito 'XICO'S Growing, faceta biológica, cultivo de plantas; Art, criação de 'uma espécie de galeria de arte' com venda de material para a produção de arte; and Lifestyle', que abrangia as refeições, num local com produtos orgânicos". Era um conceito muito ambicioso, tal como o investimento que implicava, e por isso foi reconvertido para o campo online. André refere que a distribuição de refeições, através de parcerias com restaurantes locais, veio em último lugar no negócio e, apesar dessas vendas serem a categoria mais elevada, não é o setor mais lucrativo. Com as medidas impostas devido ao coronavírus, André Mendes admite: "não posso queixar-me de nada, apenas do excesso de trabalho… o que é bom. Posso considerar-me um privilegiado". No ano passado, decidiram fazer uma pausa de duas semanas após o primeiro confinamento, para "reformular tudo, adaptar à situação atual, desde a implementação de medidas de higiene e segurança" e voltaram "em força", revelando a carga de pedidos "assustadora" que receberam na semana de reabertura. Futuramente, pretende dar início ao processo de franchising e alerta para que não haja "desculpas para não fazer aquilo que idealizámos. Toda a gente tem cartas para dar", porém, é necessário ter em atenção a motivação e é importante estar rodeado das "pessoas certas" para criar um negócio. |
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