Urbi et Orbi: Porquê Engenharia Eletromecânica e porquê na UBI?

Amílcar Baptista: Na verdade eu entrei na UBI em Engenharia Mecânica, mas quando estava no meu segundo ano o curso fechou e foi aí que surgiu Eletromecânica, porque era um curso em linha com o que eu procurava, com a vantagem de ser ainda mais abrangente, pois abordava mais conhecimentos de eletrónica, o que fazia com que a formação fosse mais abrangente e com isso me pudesse ajudar a escolher melhor o ramo que eu quereria seguir no futuro.

Na primeira fase tinha entrado no Porto, mas achei que queria estudar numa cidade mais pequena com outro espírito. Então, depois de alguns amigos me terem falado bem da instituição e da Covilhã, na segunda fase concorri para a UBI e acabei por lá ficar. E depois é o tal “ditado”: “quem entra na UBI já não sai de lá até terminar o curso”.

U@O: Contas feitas, valeu a pena?
AB: Valeu muito a pena. A formação é excelente, tem muitas condições para crescermos enquanto alunos e futuros profissionais do mercado de trabalho. Em termos de formação, considero que a UBI tem excelentes professores, prestáveis, inteligentes, uns mais ligados à investigação outros mais ao ensino, mas todos muito competentes no trabalho que fazem. Outra vantagem tem a ver com a proximidade entre professores e alunos, para além de ótimas condições para estudar e para desenvolver pequenos projetos ao mesmo tempo que se faz o curso. Qualquer aluno pode concorrer a uma bolsa de estudo, a um projeto de investigação, participar em eventos e workshops. Depois tem a cidade que é bastante acolhedora e que talvez também seja uma das peças que tornam a UBI tão valiosa.

U@O: E esses aspetos sentem-se no mercado de trabalho?
AB: Sim, no mercado de trabalho nota-se que os alunos da UBI vêm bem preparados, ao nível das outras universidades portuguesas. Vemos pessoas formadas na UBI em grandes empresas por esse mundo fora. Do meu leque de amigos e colegas de curso, não conheço ninguém que esteja sem emprego ou que não esteja profissionalmente estável num projeto que lhe agrade.

U@O: O que recorda dos tempos da UBI?
AB: É muita coisa e vivida com muita intensidade... Recordo com saudade a vida boa de estudante, onde se tem tempo para tudo e onde cada dia é uma novidade, o que muito se deve ao facto de ser uma idade onde estamos mais abertos para descobrir coisas novas. Recordo os tempos do NEUBI da AAUBI, mas recordo também os laboratórios, as proximidade e convívio com os professores, recordo com saudade o C-MAST, centro de investigação coordenado pelo Prof. Doutor José Carlos Pascoa, um homem único. Recordo os meus orientadores, recordo os meus colegas, as noitadas de estudo, recordo a Rua da Saudade, onde sempre morei e de onde não queria sair.

Claro, também recordo todos dos meus projetos que fiz enquanto aluno e já depois de ter saído dai - Admee, Gate2tech, Inspyred, e AJAS a associação de jovens para a ação solidária da qual fiz parte com muito orgulho.

Eu estive na UBI até 2015, pois quando acabei o curso em 2011 acabei por ficar por aí a trabalhar no C-MAST e com isso comecei o meu doutoramento, que depois tive que deixar em 2015 quando vim para o Porto. Por isso acho que ainda não desliguei totalmente dado que um dia ainda gostaria de entregar a minha tese, mas não agora.

U@O: Como tem sido o seu percurso profissional desde que saiu da UBI até hoje?
AB: Cedo percebi que queria apostar na transferência de tecnologia e perceber melhor este “trio amoroso” entre Universidades / consultoras / Indústria e durante três anos estive na UBI no C-MAST a trabalhar em gestão de projetos de investigação e inovação. Depois senti que era hora de passar à fase seguinte e fui trabalhar para uma consultora internacional, a Inova+, onde trabalhei mais três anos e pouco e onde aprofundei ainda mais a minha formação e projeto de inovação e desenvolvimento. Em final de 2018 era tempo de abraçar a indústria, e depois de passar pelo mundo das Start-ups vim para a ENERGIE, uma empresa maioritariamente exportadora onde produzimos bombas de calor para todo o mundo. Atualmente sou Engenheiro técnico-comercial responsável pelo negócio na zona centro do país.

U@O: Que conselhos deixaria a um atual aluno da UBI para vingar nesta área?
AB: Esta é uma área muito vasta onde há imensas opções profissionais. O que acho que eles devem fazer é saber balancear o estudo com a vida académica. O conhecimento é um bem precioso e quanto mais tiverem mais sucesso vão ter no mercado. Quando falo de conhecimento falo de teórico e prático, estudem muito, mas também visitem empresas, façam estágios de verão, ERASMUS, façam bolsas de estudo ou trabalhos em empresas, ganhem estrutura e alguma solidez para encarar o mercado como uma evolução natural onde existem milhões de opções e não como algo que assusta e do qual vou ser escravo o resto da minha vida. Mas também devem ter sempre a noção de que no mercado de trabalho nem sempre o que parece melhor é o que nos faz mais feliz.

Nome: Amílcar Baptista

Naturalidade: Lombo (Macedo de Cavaleiros)

Curso: Engenharia Eletromecânica

Ano de entrada na UBI: 2005

Filme preferido: “Gladiador”

Livro Preferido: “Diário de um mago”, de Paulo Coelho

Hobbies: Empreendedorismo, jogar futebol, ginásio, caminhadas, jogar cartas e conviver com os amigos