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"Ninguém pode estar à espera que sejam os outros a fazer o nosso trabalho"
Rafael Mangana · quarta, 30 de dezembro de 2020 · @@y8Xxv Natural da Covilhã, se a UBI parecia o destino natural, Gestão acabou por ser um “acidente” feliz. Fernando Lobo entrou em 2007 para o curso onde viria a encontrar algumas das bases para desempenhar as funções de Contabilista Certificado e de docente do Ensino Superior. |
Fernando Lobo |
22037 visitas Urbi et Orbi: Porquê Gestão e porquê na UBI? Fernando Lobo: Bem, essa parte acaba por ser das mais caricatas do meu percurso... Ainda que a escolha pela UBI tivesse sido um bocadinho natural, dado ser da Covilhã, a escolha por Gestão foi quase um completo acidente. Aquando da minha candidatura, a primeira opção foi Medicina aqui na UBI mas, como tantos outros, faltaram umas famosas décimas para ingressar. A segunda opção era suposto ser Matemática, também aqui na UBI, mas quis o destino que me enganasse a preencher o código do curso, tendo resultado num código inválido. A terceira opção era Medicina na Universidade Nova (com o mesmo resultado da primeira opção) e dentro das restantes, que inicialmente tinha preenchido apenas para encher o boletim de candidatura, resultou na minha entrada, em quarta opção, em Gestão.
U@O: Então, à partida, não tinha o "sonho" da área de Gestão. Pensou em mudar de curso mais tarde? FL: Matriculei-me e como gostei do curso, acabei por já não trocar (mesmo tendo essa hipótese, nem que fosse em terceira fase, dado que a Matemática, que era e é uma das minhas paixões, nesse ano apenas preencheu as vagas nessa terceira fase, tendo ainda assim ficado uma vaga livre - a minha - como com alguns professores do departamento ainda hoje brincamos. Sim, à partida não era uma opção que estivesse em cima da mesa, mas acabou por ser uma área a que ganhei um gosto especial e que desde então nunca senti necessidade de abandonar, pelo contrário.
U@O: Contas feitas, valeu a pena esse mau preenchimento do boletim de candidatura? FL: Sim, valeu plenamente a pena o erro. Quis assim o "destino" e foi talvez um (quem sabe não mesmo o) melhor erro académico até então.
U@O: O que recorda desses tempos de estudante da UBI? FL: Recordo um grupo bastante heterogéneo de colegas, mas onde fiz grandes amizades para a vida, nas quais conto um dos meus melhores amigos. Recordo também um grupo muito diversificado de professores, alguns exclusivamente de carreira docente, outros com outras atividades além da académica, alguns com quem tenho grandes amizades também. Dos professores que tive, registo vários que me marcaram nos mais diversos aspectos, tendo tido com muitos deles diversos "debates" (alguns apaixonados), mas em que sempre nos soubemos ouvir e onde sempre houve um grande respeito pelas várias opiniões e esse estímulo que muitos sempre tiveram à partilha de opiniões, à defesa dos meus pontos de vista, mesmo que contrários aos que estavam a ser apresentados, fizeram-me também crescer muito, quer em termos académicos, quer pessoais.
U@O: Poderá essa proximidade entre professor e aluno poder marcar alguma diferença mesmo ao nível do ensino e da preparação dos estudantes da UBI? FL: Sim, acredito que sim. Acredito que seja um grande factor diferenciador até no ensino. Enquanto docente que também sou atualmente no Ensino Superior, procuro eu próprio cultivar essa proximidade professor-aluno pois foi algo que me marcou muito pela positiva e é algo que me parece poder ser um estímulo aos próprios alunos e ao empenho que estes poderão ter no percurso académico, mas que também se virá a refletir no percurso profissional.
U@O: Como tem sido o seu percurso profissional desde que saiu da UBI? FL: Desde que saí da UBI tenho trabalhado numa empresa da família (fazendo um bocadinho de tudo, mas com responsabilidade principalmente na área financeira e de contabilidade, sendo o Contabilista Certificado da empresa). Tenho igualmente desempenhado funções enquanto Contabilista Certificado noutras empresas. Paralelamente com tudo isto, tenho sido também docente em várias instituições de Ensino Superior (comecei essa carreira justamente na UBI, no ano seguinte à conclusão da licenciatura) e desde aí tenho continuado essa atividade, embora nos anos mais recentes não na UBI.
U@O: O que diria a um atual aluno de Gestão da UBI para vingar nesta área? FL: Acho que o melhor conselho que poderia dar, que é um bocadinho o que costumo já fazer, embora não na UBI, é para aproveitarem ao máximo os conhecimentos que lhe são transmitidos no curso, mas encarando-os sempre na perspectiva prática. Às vezes os cursos superiores encontram-se muito voltados para dentro e são demasiadamente teóricos, principalmente numa área como a Gestão que - e esta é uma opinião puramente pessoal - é uma área eminentemente prática. Quem pretenda desempenhar estas funções no futuro numa empresa (seja como gestor, contabilista...) vai enfrentar uma realidade bastante diferente daquela que vivenciou nos bancos da Universidade. Mas, se tiver aproveitado bem as aulas e adquirido as ferramentas que se pretendem transmitir, facilmente irão ser óptimos profissionais (e aqui para mim alguns elementos do corpo docente com maior ligação ao mundo empresarial conseguem fazer melhor essa ponte, transmitindo os conhecimentos adquiridos nessa perspectiva mais prática). Mas um factor é o fundamental: na Gestão, como em qualquer outra área, na Universidade ou no mundo empresarial, ninguém pode estar à espera que sejam os outros a fazer o nosso trabalho. Enquanto na Universidade algum erro pode ser a diferença entre o 20 e o 19 (e muitos poderão pensar que o 9,5 é mais que suficiente para passar), no mundo empresarial o erro entre o 20 e o 19 pode custar muito caro, nesta área principalmente.
Nome: Fernando Lobo Naturalidade: Covilhã Curso: Gestão Ano de entrada na UBI: 2007 Filme preferido: “Proof”; “Scent of a Woman” Livro Preferido: “Máscaras de Salazar”, de Fernando Dacosta Hobbies: Numismática; ciclismo/btt; álgebra; leitura; ouvir música |
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