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Projeto "TO-BE-GREEN" arrancou na Covilhã
Rafael Mangana · quarta, 16 de dezembro de 2020 · O Concelho da Covilhã é agora o primeiro em Portugal onde este inovador sistema ambiental será implementado na sua globalidade. |
Entrega dos contentores decorreu esta segunda-feira, 14 de dezembro |
21978 visitas A Câmara Municipal da Covilhã, em parceria com a empresa TO-BE-GREEN, deu início a um projeto ambiental, esta segunda-feira, 14 de dezembro, em várias escolas do Ensino Secundário da cidade. Esta iniciativa simbólica teve lugar nos seguintes estabelecimentos de ensino: Escola Secundária Quinta das Palmeiras; Escola Secundária Frei Heitor Pinto; Escola Secundária Campos Melo e EPABI – Escola Profissional de Artes da Covilhã e contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, e da Vereadora com o pelouro da Educação e Escolas, Regina Gouveia. A autarquia procedeu à entrega de contentores (com pedal), dando assim início a uma forte campanha de sensibilização que envolve a recolha e reutilização de máscaras de proteção individual. Com a pandemia da COVID-19, um novo problema ambiental ganhou dimensão: o descarte de máscaras reutilizáveis após o seu uso. A TO-BE-GREEN vai permitir um tratamento ambientalmente correto desses produtos têxteis, com a sua valorização através de um processo de reciclagem (downcycling). As máscaras são recolhidas e colocadas em quarentena para garantir que não representam risco para a saúde. No fim desse processo, esses materiais são transformados, consoante o tipo de material: as máscaras cirúrgicas são transformadas em polímero original e, posteriormente, em outros materiais poliméricos; as máscaras sociais estão sujeitas a um circuito de tratamento mais complexo por serem compostas por um conjunto de vários elementos que podem incluir algodão, poliéster, TNT. O Concelho da Covilhã é agora o primeiro em Portugal onde este inovador sistema será implementado na sua globalidade. Uma das suas principais vertentes destina-se às escolas do concelho. A partir de agora, os alunos do concelho poderão entregar as suas máscaras individuais em fim de vida à saída da sua escola em contentores adequados, para posterior recolha e tratamento por parte da TO-BE-GREEN. No fim deste processo, o Município da Covilhã e a TO-BE-GREEN irão disponibilizar a todos os covilhanenses uma Loja Social para a entrega e partilha de peças de vestuário em fim de vida, em colaboração com as IPSS’s do Concelho e com outras entidades que apoiam os mais desfavorecidos. Reconhecendo que as máscaras comunitárias e descartáveis representam hoje um resíduo crescente, com forte impacto nos ecossistemas, o Município da Covilhã aposta nesta ação de sustentabilidade ambiental, com a convicção de que poderá contribuir para travar esta nova forma de poluição, valorizando ainda mais a utilização das máscaras, quer durante quer após o seu tempo útil de vida e consciencializar os jovens e a população em geral para este crescente problema ambiental. Com esta solução tecnológica, que implica a colaboração das escolas e das novas gerações, promovem-se os comportamentos sustentáveis e “green” destes novos consumidores, aumentando os níveis de reciclagem, reduzindo consequentemente os encargos do município com os seus resíduos domésticos e criando valor para o vestuário em fim-de-vida. Para o Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, “o Município associou-se desde logo a este projeto pela importância ambiental que o mesmo comporta. Trata-se de uma iniciativa fortemente defensora do meio ambiente e que se enquadra numa das maiores problemáticas da atualidade: as alterações climáticas e os objetivos de desenvolvimento sustentável, com os quais os municípios terão de cumprir a partir de 2025”. Para o autarca, “a Covilhã mostra assim a sua preocupação e vontade de contribuir para a sustentabilidade ambiental, ao antecipar-se a esta questão sobre o que fazer às máscaras descartáveis, tendo sido o primeiro município a aderir a este projeto inovador”. “Não há dúvida que esta plataforma, esta empresa de economia circular, foi também criada para preservar o meio ambiente de uma forma rentável. Isto porque o município ao reciclar, ao reaproveitar, ao reutilizar e ao incorporar estes resíduos em novos produtos está a evitar despesa que inevitavelmente seria feita com a deposição em aterro sanitário. Há, portanto, um ganho. Ganhos de eficiência energética, ausência de contaminação da água e uma melhor proteção de todo o ecossistema. Estamos a falar de 150 milhões de máscaras que são colocadas no lixo todos os meses, a nível nacional. Aproveitando o facto de este programa estar a ser elaborado em contexto educacional e aliada à forte consciencialização ambiental que as camadas jovens possuem, eles serão os agentes de sustentabilidade ambiental, verdadeiros zeladores do meio ambiente que sensibilizam a sua família e as pessoas ao seu redor para as questões de natureza ambiental. Deslocamo-nos hoje às escolas, para os incentivar e apoiar nesta causa que eles fortemente defendem”, concluiu Vítor Pereira. |
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