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CooLabora assinala Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres
Alexandre Dionísio · quarta, 2 de dezembro de 2020 · A rede Violência Zero, movimento organizado pela cooperativa CooLabora, realizou uma cerimónia comemorativa do combate à violência doméstica. O evento, que foi realizado através de uma transmissão online no Facebook, teve lugar no dia 25 de novembro e celebrou o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. |
Campanha #eusobrevivi, na qual a CooLabora participou |
21982 visitas A sessão teve lugar no âmbito da campanha #EuSobrevivi e foi aberta com um testemunho de Rosa Monteiro, Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, que revelou que em 2020 morreram até ao momento 16 mulheres, três homens e um menor em Portugal num contexto de violência doméstica. Após lamentar os dados, Rosa Monteiro garantiu que “apenas uma só morte neste contexto já é uma morte a mais: o nosso objetivo tem de ser a eliminação completa deste problema”. Ana Amaro, representante da Câmara Municipal do Belmonte foi quem assumiu a palavra de seguida e apelou a que se “reeduque a sociedade e se invista nas mulheres”. Reforçou ainda a disponibilidade do município de Belmonte para participar ativamente no reforço da iniciativa para a eliminação da violência contra as mulheres e para a promoção da igualdade de género. Regina Gouveia, vereadora da Camara Municipal da Covilhã, referiu que “a Covilhã tem feitos os maiores esforços para combater este problema, com iniciativas de ação social e nas escolas, com vista a transformar os valores e comportamentos da população”. Regina sublinhou ainda o papel da CooLabora na instrução e sensibilização dentro dos agrupamentos escolares no concelho da Covilhã. Alcina Cerdeira, vereadora da Câmara Municipal do Fundão, assinalou que a violência contra as mulheres não olha a estratos sociais e que, para fazer face a esta problemática, o município tem implementado um Plano de Ação Municipal, de forma a que o acompanhamento a nível social, jurídico e psicológico seja garantido. “Entre marido e mulher, é mesmo preciso meter a colher”, concluiu a representante do município. Graça Rojão, presidente da CooLabora, felicitou o trabalho efetuado no último ano para o combate à violência contra as mulheres na região da Cova da Beira. Referiu ainda o papel da pandemia no agravamento das situações de risco, uma vez que a permanência forçada em casa e as dificuldades do contexto familiar aumentaram, e colocando muitas mulheres “num autêntico cenário de guerra”. Acrescentou ainda que “atualmente verifica-se uma culpabilização das vítimas nos órgão de comunicação e em contexto de comentário social”. A presidente da instituição informou que se registaram 103 novos casos na região e o acompanhamento de mais 109 que já vinham de outros anos, assim como que durante a pandemia houve uma quebra de 75 por cento nos pedidos de ajuda. “Nós sabemos que há mais violência e sabemos sobretudo que esta violência abafada terá efeitos traumáticos”, assumiu. Terminou com uma mensagem de esperança, revelando que 50 mulheres se libertaram do seu centro de violência e puderam-se libertar se dos seus agressores na região no último ano. Algumas das entidades que também marcaram presença no evento incluíram a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Belmonte, Covilhã e Fundão, a ARS Centro, a Comissão da Segurança Social do Distrito de Castelo Branco, a Guarda Nacional Republicana de Castelo Branco, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, a PSP de Castelo Branco e a Universidade da Beira Interior que, através da presença de Anabela Dinis, reafirmou o seu papel ativo e o compromisso na causa da igualdade de género e no combate à violência contra as mulheres, com a vice-reitora para a área financeira, recursos humanos e responsabilidade social da UBI a reiterar que “só trabalhando em rede e em conjunto será possível alcançar uma sociedade mais justa e igualitária”. Seguiu-se um momento de partilha de histórias sobre a violência contra o sexo feminino, com várias personalidades a partilharem situações que as marcaram, sempre respeitando o anonimato e nunca revelando as informações pessoais das vítimas envolvidas nos relatos. A sessão terminou com a demonstração de um vídeo produzido pela CIG, onde foi efetuado um apelo a que todas as mulheres que sejam alvo ou tenham testemunhado situações de violência doméstica, mesmo num contexto de pandemia, nunca desistam de pedir ajuda.
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