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Docente da UBI participa em investigação sobre risco de transmissão da COVID-19 no futebol
Urbi · quarta, 11 de novembro de 2020 · Bruno Travassos colabora com estudo que refere que o futebol não parece ser uma atividade de alto risco para a transmissão do SARS-CoV-2. |
Bruno Travassos é docente do Departamento de Ciências do Desporto da UBI |
22000 visitas Bruno Travassos, docente da Universidade da Beira Interior (UBI), colaborou no estudo onde se sugere que o futebol não é uma modalidade de alto risco de exposição respiratória para a transmissão da COVID-19, corroborando a classificação avançada pela Direção-Geral da Saúde, numa Orientação de agosto, de modalidade de “médio risco”. Além do investigador do CIDESD e colaborador da Portugal Football School, o trabalho contou com a participação de investigadores das universidades de Évora, Porto, Nova de Lisboa e da Portugal Football School (Federação Portuguesa de Futebol), que fez a monitorização das dinâmicas de um jogo de futebol para análise de risco de exposição respiratória para a transmissão da COVID-19 no futebol. Neste estudo, que procurou analisar a aplicabilidade da utilização dos dados de tracking recolhidos durante os jogos de futebol na avaliação do contacto interpessoal entre indivíduos, foram calculadas duas medidas de exposição respiratória. Foram analisados os posicionamentos e movimentações dos jogadores e árbitros durante um jogo de futebol que terminou empatado a três golos, através de um sistema com câmaras super-HD e tecnologia de processamento de imagem patenteada (utilizada em campeonatos como a Premier League, Bundesliga, La Liga, Eredivisie, Liga dos Campeões e jogos internacionais da UEFA e da FIFA). A primeira medida de exposição respiratória, calculada para cada indivíduo, foi baseada no tempo passado a uma distância inferior a dois metros em relação aos outros indivíduos. Já a segunda medida, foi calculada adicionando à primeira medida o tempo de exposição à “nuvem” de gotículas respiratórias formada pelo movimento dos outros indivíduos. Os resultados do estudo apontam que esta metodologia de análise poderá ser utilizada para avaliar a exposição respiratória decorrente do contacto interpessoal e consequente estratificação do risco da prática e competição de diferentes modalidades desportivas ou atividades físicas, contribuindo para o planeamento de diferentes atividades no contexto da pandemia de COVID-19. Bruno Travassos refere que “o recurso a dados desta natureza permite uma clarificação sobre os riscos da prática desportiva, demonstrando que o verdadeiro risco de contágio não está associado à dinâmica do jogo”. O docente do Departamento de Ciências do Desporto da UBI acrescenta que, “por sua vez, em treino, os treinadores deverão assegurar o distanciamento social, sobretudo em momentos de início de treino, instrução, pausas entre exercícios e parte final do treino, de modo a manter os tempos de exposição ao contágio em valores reduzidos”. O estudo, intitulado “Can Tracking Data Help in Assessing Interpersonal Contact Exposure in Team Sports during the COVID-19 Pandemic?”, foi coordenado por Bruno Gonçalves (Universidade de Évora) e contou com a colaboração de médicos de saúde pública, que asseguraram o reconhecimento da metodologia utilizada. Estre eles, contam-se Adalberto Campos Fernandes (Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa) e Henrique Barros (Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto). O trabalho foi publicado na revista Sensors e está disponível em acesso livre e gratuito. |
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