As “Conferências da Estrela” têm como objetivo discutir problemáticas sobre o território ocupado pela Serra com o mesmo nome. A última, para debater os incêndios florestais, teve lugar dia 14 de outubro em forma de tertúlia.

Este ano, devido à situação pandémica, as conferências prosseguiram em formato online. Nos últimos nove meses, no seu âmbito, foram discutidos diversos temas relacionados com o Geopark da Serra da Estrela.

A quinta conferência abordou o tema “O problema dos Incêndios Florestais em Portugal” e contou com a presença do professor da Universidade de Coimbra, Domingos Xavier Viegas, que há mais de 35 anos estuda a temática dos incêndios florestais.

A tertúlia guiada por Domingos Viegas centrou-se na análise dados estatísticos relativos à área ardida em Portugal. Para além disso, na conferência foram destacadas algumas causas para a existência de incêndios florestais na área da Estrela Geopark.

Segundo os números fornecidos por Domingos Viegas, no Século XX, Portugal contava com dois mil hectares de floresta ardida. Porém, a atual realidade é bastante mais assustadora, com um aumento drástico para 100 mil hectares. O professor realçou que 2003, 2005 e 2017 foram os anos com mais incêndios, contabilizando mais de 530 mil hectares de floresta queimada em Portugal.

Aquele especialista aponta várias causas para o surgimento deste elevado número de ocorrências. A plantação maciça que houve nos anos 40, as deslocações populacionais para o litoral, as mudanças climática dos últimos anos, e o aparecimento do aquecimento global foram algumas das causas apontadas.

Domingo Xavier Viegas, realçou a importância da criação de organizações de combate aos incêndios florestais, para combater o aumento do número de ocorrências, dando um especial destaque às acções de sensibilização da população.