Urbi et Orbi: Porquê Marketing e porquê na UBI?

Gonçalo Gomes: Marketing não foi a minha primeira escolha mas acabou por ser uma questão de destino, que se veio a revelar um bom casamento. Caso para dizer, amor à primeira vista. A UBI sim, foi uma escolha óbvia para mim, sendo da Covilhã sempre estive muito ligado a toda esta dinâmica que a universidade traz à cidade. Aliás, quando era pequeno lembro-me de ser “adotado” por um grupo de estudantes da UBI que foram meus vizinhos e uma das minhas memórias mais antigas remonta a estar com eles no bar do polo principal. Por outras palavras, a UBI sempre foi uma casa para mim.

U@O: O que é a UBI e a Covilhã têm de tão especial?

GG: A Covilhã é “só” a minha terra natal e pela qual sou eternamente apaixonado. Daí a criação do meu podcast (The Pep Talk Podcast), que surge em forma de um pequeno reconhecimento à cidade, por tudo o de bom tem e já me deu. Como se costuma dizer, “estamos no cantinho do céu”. Quanto à UBI, mais do que conhecimento introduziu na minha vida uma série de pessoas que me ensinaram valores que foram fatores chave para o meu desenvolvimento, não só a nível laboral, como também humano. Dou várias vezes o exemplo da minha diretora de curso (Arminda do Paço), que mais do que professora acabou por se tornar uma grande amiga e conselheira, e como ela, um pouco todo o corpo docente que me acompanhou. Penso que além da qualidade, este é um dos fatores que nos diferencia das outras academias: a proximidade e a capacidade exímia de vestir a camisola.

U@O: Sente que isso é, de alguma forma, diferenciador no mercado de trabalho?

GG: Claro que sim. Considero que além do saber, em certos aspetos temos outra capacidade crítica e de análise. Sempre foi uma preocupação constante dos meus professores o desenvolvimento de uma reflexão crítica e ponderada. Além disso, e especificamente na minha área, uma das frases que guardo do professor Mário Raposo é: “temos de saber servir”. Caso contrário, na área do Marketing estaremos eternamente condenados. Nesse sentido, acredito plenamente que os alunos que saem do curso de Marketing da UBI são um ótimo cartão de visita para a nossa universidade. Mostramos que afinal de contas no interior do país também se forma qualidade. E acredito que muitas vezes superior a outras instituições mais “centralizadas”.

U@O: O que recorda dos tempos da UBI?
GG: Além da componente letiva, sempre procurei estar profundamente envolvido na comunidade académica. Estive na presidência do MKTUBI, passei pela AAUBI, tunas e por uma milícia. E todos estes grupos acabaram por me mostrar o verdadeiro espírito académico, que é o de primeiramente integração e posteriormente pertença e entreajuda. Habituas-te a pensar no grupo e não só em ti, coisa que mais tarde também levei para a minha maneira de estar no mercado de trabalho. Não posso deixar de mencionar e agradecer ao meu colega de curso João Sena, que já não estando entre nós, foi a principal figura que sempre me impulsionou a estar profundamente envolvido nesta vertente “mais académica” da nossa universidade. Recordo tudo com grande saudade. Claro que momentos como a primeira latada ou a primeira serenata são especiais, mas no meio disto tudo, o principal e o que fica é que da UBI não levamos apenas amigos, levamos uma família.

U@O: Como tem sido o seu percurso profissional desde que saiu da UBI?

GG: Inicialmente estive ligado ao Departamento de Marketing e Relações Públicas da Companhia Club, isto ainda durante o curso. Posteriormente, em 2012, trabalhei como Gestor de Clientes na Twintex e desde 2019 que estou como comercial na FITECOM. Posso dizer que os meus últimos cerca de 10 anos de vida foram profundamente ligados ao têxtil e confeção, o que acaba por ser engraçado na perspetiva de ser da Covilhã, ter estudado na Covilhã e agora dar continuidade ao que outrora era o “ouro” desta cidade. Este caminho acabou por me possibilitar mostrar a nível internacional o que de bom fazemos cá e é com este mote que continuo a acordar todos os dias: para mostrar que somos grandes e com qualidade, no entanto, claro que nada se consegue sem trabalho. Esta maneira de ser e de pensar vem outra vez ao encontro do que me foi transmitido pelos meus professores enquanto aluno da UBI. Na altura não entendia, mas depois quando chegas ao mercado de trabalho muitas vezes dás por ti a pensar: “O que é que o Professor X faria neste caso?”; “Pois é, a professora Y ensinou-me a resolver isto de tal forma e afinal resulta!”. E rapidamente dás o braço a torcer e a pensar que “afinal o professor(a) Z até tinha razão”. Ou seja, acabamos por ser produto do que eles formam e mais uma vez o cartão de visita da universidade.

U@O: Que conselhos deixaria a um aluno de Marketing da UBI para vingar nesta área?
GG: Procura fazer acontecer, não te limites a estar na aulas. Procura estar em constante dinâmica com toda a comunidade e cria desde início a tua marca pessoal. Sempre disse que existe muito pessoal que tira os cursos com ótimas notas e no final a vocação para exercer não estava lá. Penso que a vocação se forma com o desenvolvimento da nossa personalidade e sociabilidade. Nesse sentido, a UBI e a Covilhã têm todas as ferramentas para te potenciar. É só procurares o teu desenvolvimento junto de toda a comunidade. Não te acomodes!

Nome: Gonçalo Gomes

Naturalidade: Covilhã 

Curso: Marketing

Ano de Entrada na UBI: 2008 

Filme Preferido: “The Time Traveler’s Wife” 

Livro Preferido: “As intermitências da morte”, de José Saramago 

Hobbies: Coro Misto da Beira Interior; Viajar; Fazer exercício físico