A pandemia da Covid-19 levou ao cancelamento de muitos eventos que normalmente teriam lugar no segundo semestre do ano letivo de 2019/2020. A Cerimónia da Bata Branca, evento que homenageia os alunos que completaram o terceiro ano de Mestrado Integrado em Medicina, foi exceção à regra.

A sessão iniciou-se com um breve momento musical, em que o tema de Mariza “O Melhor de Mim” foi interpretado pela C´a Tuna aos Saltos e a Tuna-MUs em simultâneo, com uma clara mensagem de esperança em que melhores tempos do que os atuais estarão para chegar.

Beatriz Faneca, presidente do Med´UBI – Núcleo de Estudantes de Medicina, foi a primeira pessoa a subir ao palco após a atuação musical, tendo enaltecido todo o esforço que os estudantes realizaram ao longo do seu percurso académico. Deixou ainda algumas palavras para os novos estudantes de primeiro ano que irão agora iniciar a sua formação na FCS: “O vosso dia-a-dia são agora pessoas. Conheçam os doentes à vossa frente, estudem, aprendam, raciocinem. Saiam do hospital a saber algo novo, sejam parte da cura hoje ou num futuro cada vez mais próximo. Sejam mais, por vocês e pelo outro, aquele que vai depositar em vós toda a sua confiança”, aconselhou a estudante.

A representante dos direitos humanos e ética médica da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, Beatriz Aranha, também marcou presença no evento por via de um vídeo projetado em que apelou a que os alunos nunca percam a sua empatia e o seu lado humano enquanto profissionais de saúde, um aspeto que afirmou ser fundamental no exercício da profissão.

Miguel Castelo Branco, presidente da FCS, subiu ao palco de seguida e deu continuidade aos apelos proferidos, pedindo que os alunos “se adaptem aos tempos atuais” e que “procedam a um tratamento o mais personalizado possível de cada doente”. “Precisamos de vontade e de aprender, de dar atenção ao pormenor e de ser criativos, este ano estamos a ser muito desafiados do ponto de vista criativo porque temos de andar a romper com um conjuntos de coisas que já estávamos habituados a fazer e a ter de fazer coisas novas”, admitiu Castelo Branco, afirmando serem estes os aspetos indispensáveis para a chegada ao verdadeiro sucesso no campo atual da medicina.

A pandemia também foi abordada pelo presidente da faculdade: “Se me perguntarem se realmente estamos preparados para a pandemia, nós neste momento estamos muito melhor preparados, sabemos tratar melhor a doença, conhecemos um bocadinho melhor o vírus mas temos um único problema, é que somos poucos e os desafios são muitos. Muitos dos profissionais de saúde estão atualmente em burnout e a situação obviamente não é fácil, mas nós vamos certamente ultrapassá-la.”, assumiu.

Após os discursos e devido à impossibilidade de comparência do Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e do reitor da UBI, António Fidalgo, subiram ao palco vários docentes eleitos pelos estudantes como padrinhos da cerimónia devido ao seu impacto no percurso académico dos homenageados.

A exibição do Vídeo do Ano, que incluiu várias recordações dos melhores momentos passados pelos estudantes durante o seu percurso, antecipou a realização do Ato Solene, onde todos os estudantes presentes vestiram pela primeira vez a respetiva bata branca e proferiram em uníssono um compromisso de honra, no qual se comprometeram a respeitar as necessidades, valores e culturas dos pacientes, assim como a confidencialidade das informações que lhe forem conferidas e a cumprir todas as responsabilidades que acarretam enquanto profissionais de saúde.

O evento, que teve direito a uma transmissão online, respeitou as regras do distanciamento social e de uso obrigatório de máscara e celebrou desta forma o fim de uma etapa na vida dos estudantes de medicina presentes.