Chegou ao fim, no último sábado, a edição de 2020 do Festival de Teatro das Beiras, na Covilhã. Por causa das limitações provocadas pela pandemia de coronavírus, a programação passou por algumas adaptações, mas mesmo assim, a afluência do público surpreendeu os organizadores.

“Muitas companhias não estrearam, porque estiveram dois meses e meio sem trabalhar. Das que estrearam, houve algumas que não vieram porque tinham, entretanto, outros espetáculos por fazer, e isso obrigou a, rapidamente, termos que alterar a programação, inclusivamente a programação que fazemos para a infância e juventude.”, conta Fernando Sena, diretor do Teatro das Beiras.

Esta foi a primeira vez que o festival teve início em setembro. O arranque do festival, no dia 24, ficou a cargo da Companhia de Teatro da Rainha, que apresentou o texto de Alberto Pimenta, “Discurso Sobre o Filho-da-Puta”; o palco também deu espaço para o Teatro Art'Imagem, com “Armazenados”, de David Desola; Teatro Guirigai, com “Libro de Buen Amor”, do texto de Augustín Iglesias; Krisalida Teatro, com a peça “Plastikus”, de criação coletiva; Teatro do Noroeste, com “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá”, adaptação do texto de Jorge Amado; Teatro do Montemuro, com “Germinação”, de Abel Neves; e Karlik Danza Teatro, com “El Licenciado Vidriera”, adaptação do texto de Miguel Cervantes. O grande final contou com a 101ª produção da casa, “Una Donna Sola”, texto do Nobel de Literatura, Dario Fo, em parceria com Franca Rame.

De acordo com Fernando Sena, as obrigações e cuidados com as desinfecções das salas, entre uma montagem e outra, também foram um desafio para a organização. “Foi todo um trabalho extra que tivemos no Festival, mas chegamos ao fim, fizemos os espetáculos todos praticamente com a lotação que era permitida sempre executada e cá estamos prontos para fazer o próximo, esperemos que sem essas limitações”.

Para o próximo ano, o diretor conta que a programação já está planeada, tanto dos espetáculos que a Companhia deve estrear em 2021, como das atrações do próprio Festival.

Da experiência de realização deste festival em condições tão únicas, e manifestamente satisfeito com o êxito, Fernando Sena garante que “o mais importante era fazê-lo e dizer às pessoas que é possível fazer Cultura e que podem vir às salas”.