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Um lugar chamado Covilhã
Bibiana Faleiro · quarta, 6 de maio de 2020 ·
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Bibiana Faleiro é aluna de Ciências da Comunicação da UBI |
22006 visitas A Covilhã tem seu clima próprio. Num mesmo dia pode chover, fazer sol, arco-íris. O dia começa quente e termina frio, e vice-versa. Numa mesma semana pode fazer 20 graus e -1. Pode nevar no meio da primavera. Pode chover dias sem parar. A Covilhã tem um humor próprio, independente da estação. Estamos na primavera e ainda assim não guardamos todas as roupas de frio. A verdade é que, apesar de pequena, Covilhã procura nos surpreender todos os dias. Cheguei aqui no inverno. Vi os galhos secos das árvores do Jardim Público e da mata perto da reitoria da universidade. Agora vejo flores por todos os lados. Rosas, vermelhas, folhas verdes e amarelas. A primavera da Covilhã é como um quadro pintado à aquarela. Aliás, todos os dias quando olho pela janela me sinto parte de uma arte. A Covilhã tem caminhos discretos, ruelas apertadas de paralelepípedo e também estrada de chão. Ela tem mata e cachoeira. A Covilhã é cidade e é sertão. Aqui é difícil perder a direção. Mas nem tão difícil assim perder a si mesmo em uma caminhada solitária, e depois encontrar-se de novo por aqui. Covilhã me faz querer conhecer seu coração. Ela tem cantinhos e cantigas. Me faz querer conhecer uma música nova e boa o bastante para descrever o que ela me faz viver. Covilhã é também paz de uma noite escura e caminho entre as luzinhas que se acendem a cada fim de tarde. Covilhã é Natal, é casa de vó, é mesa cheia para o jantar. Covilhã é uma página em branco. Para uns é pintada de todas as cores. Para outros de cor alguma. Covilhã é nada e é tudo ao mesmo tempo. É um espaço de tempo em que aqui é a minha casa. Para mim ela é também lar, lembrança e saudade. Covilhã é o que você vive nela e vai querer contar depois. Covilhã tem meu coração.
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