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Uma paragem necessária
Carolina Bicho · quarta, 15 de abril de 2020 · @@y8Xxv
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Carolina Bicho é aluna de Licenciatura em Ciências da Comunicação da UBI |
22024 visitas “Este vai ser o ano” – pensava, esperançosa, naquele primeiro minuto de 2020. O ano que esperei desde os últimos três, era o culminar de todo o esforço. O ano em que iria ter novas aventuras. Agora, tudo isso vai ter de ficar para depois. O “inimigo invisível”, como muitos apelidam o novo coronavírus, veio para ficar e parece não dar tréguas. Aquilo que era “só uma gripe” – diziam aqueles que desvalorizavam a situação – rapidamente fechou, ainda que temporariamente, o “ganha pão” de muitos portugueses que agora se debatem com a incerteza do futuro. Segundo os dados oficiais, a “gripe” já matou, até à data, mais de 500 pessoas em Portugal. Pelo mundo são contabilizados mais de 120 mil óbitos, incluindo jovens saudáveis (recado para quem insiste que o vírus “só mata idosos” e que continua a fazer a vida normal como se nada se passasse). Estamos a atravessar uma situação sem precedentes. Quem diria que o “vírus da China”, como foi chamado de início, viria mais tarde a confinar milhões de pessoas em suas casas. Estar há quase um mês em casa, faz-me pensar em pequenas coisas que, até então e erradamente, dava como garantidas, nomeadamente a nossa liberdade física. O sermos livres. O ligar para casa dos avós e dizer “prepara mais um lugar na mesa”. Sinto falta de estar com pessoas. De falar cara a cara. De poder abraçar. A liberdade de querer estar onde quero, com quem quero. Se antes a queixa era que as pessoas não conviviam pessoalmente, agora a queixa é de apenas podermos comunicar através de um ecrã. Dá que pensar. Pode ser um cliché, mas quero acreditar que tudo isto tem um propósito, quanto mais não seja dar valor àquilo que realmente importa ou rever alguns valores. Domingo seria dia de reunir a família para celebrar a Páscoa. Este ano foi diferente. No entanto, e na crença de que “vai ficar tudo bem”, haverá mais domingos para reunir a família. Por enquanto, mantenham-se em casa e protejam-se. No final, o reencontro vai ter outro significado. |
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