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Estudante da UBI cria dispositivo de assistência respiratória
Rafael Mangana · quarta, 1 de abril de 2020 · @@y8Xxv O equipamento desenvolvido por Lucas Barbosa tem um baixo custo e pode ser feito por qualquer pessoa com materiais fáceis de encontrar. |
Dispositivo é de construção simples e pretende ser uma ajuda para pessoas que tenham pequenos sintomas de infecção por coronavírus |
21984 visitas O estudante brasileiro do Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica, Lucas Barbosa, desenvolveu um Dispositivo de Assistência Respiratória (DAR) não invasivo, que pode ajudar pessoas que estão no estágio inicial da evolução da COVID-19. “Funciona basicamente como um inalador que qualquer pessoa consegue produzir em casa”, explica o autor. O aparelho apresenta como vantagens o baixo custo (aproximadamente 20 euros, onde o maior investimento é na compra de kit respiratório (máscara e tubo) e pode se construído a partir de materiais reciclados, desde que adequadamente esterilizados e que podem ser encontrados com facilidade: garrafões de água PET, ventiladores (usados na refrigeração de computadores), discos de algodão, fita adesiva, álcool e um kit de respiração, entre outros materiais. O DAR não é um ventilador, projeto que Lucas Barbosa está agora a desenvolver, mas sim uma unidade que pode ser usada por doentes com leve falta de ar, funcionando como um inalador. “Quando o desenvolvi eu tinha a clara noção de que não seria um respirador para as pessoas recorrerem em caso de um agravamento da doença, mas para aquele primeiro estágio da COVID-19, para o caso das pessoas fora dos principais grupos de risco que sentem uma leve falta de ar, e que assim possam ficar em casa. Com isso, evita a sobrecarga dos hospitais e ser um foco de contaminação”, refere Lucas Barbosa. Por outro lado, “funciona também como um apoio psicológico, porque a pessoa sabe que se precisar tem um dispositivo que a pode ajudar. Nesse sentido, conseguimos amenizar um pouco a situação, porque se o lado emocional for abalado, sabemos que as defesas imunológicas também vão abaixo e a pessoa abre a porta de entrada para o vírus”, lembra. O dispositivo pode ser construído por pessoas que não detenham grandes conhecimentos técnicos na montagem de equipamentos e, por isso, o estudante da Universidade da Beira Interior (UBI) desenvolveu um guia para mostrar como montar as peças, que pretende divulgar abertamente a todos os interessados. A ideia é ajudar a ultrapassar a pandemia mundial, sem recolher qualquer dividendo desta proposta. “O projeto é de patente aberta, ou seja, qualquer pessoa pode construir. Eu mesmo posso fazer para mostrar o modo de construção e fazer mais vídeos se houver interesse nisso. Porém, o esquema de montagem e o relatório técnico já estão divulgados”, revela Lucas Barbosa. O aluno do Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica confessa já ter tido duas abordagens, “uma das pessoas queria produzir em massa e a outra pediu autorização para divulgar”. Em ambos os casos, Lucas Barbosa foi claro: “podem fazer, podem divulgar, desde que não se ganhe dinheiro com isso. A intenção não é ganhar dinheiro, nem com o DAR, nem com o respirador evasivo, que é o que eu espero concluir até à Semana Santa, para depois podermos fazer testes com os materiais reais. O que quero é que saiamos o mais rapidamente possível desta crise”, sublinha. “Neste momento estou a acabar de renderizar o novo ventilador num software de design assistido e, se tudo correr bem, ainda esta semana quero fazer um protótipo com materiais mais baratos para poder verificar a eficiência desse respirador”, adianta. Lucas Barbosa enaltece ainda o facto de ter tido “todo o apoio por parte do professor João Canavilhas (enquanto Vice-reitor da UBI), que me deu todo o apoio e mostrou que a Universidade está aberta a quem queira contribuir e trabalhar de facto. Nesse ponto, a UBI surpreende sempre pela positiva”. |
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