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A comunicação pode salvar vidas (e a crise do coronavírus está aí para provar)
Bianca Persici Toniolo · quarta, 18 de mar?o de 2020 · @@y8Xxv
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Bianca Persici Toniolo é doutoranda em Ciências da Comunicação na UBI |
21975 visitas Não restam dúvidas de que, por muito tempo, ouviremos sobre o coronavírus (Covid-19). O medo do contágio tem reduzido ao máximo o convívio social ou mudado as suas regras, quando esses são inevitáveis. Os apertos de mãos foram substituídos pelos toques de cotovelos por outros tipos de cumprimentos menos tradicionais. Em casa, nas redes sociais digitais, na mídia e também nos círculos acadêmicos esse é o assunto do momento. O tema ultrapassou o contexto das ciências biológicas e da saúde e firma-se, também, como um marco no campo das ciências da comunicação, sobretudo da comunicação de crise. Mais importante, o Covid-19 já é tema de edições especiais de revistas científicas internacionais e, certamente, vai predominar entre as discussões dos próximos eventos nesse campo. Mas por que é importante falar disso? Porque, quando envolve desastres naturais e saúde pública, a comunicação tem o poder de salvar vidas. Uma pandemia como a que vivemos precisa ser objeto de estudo pelos investigadores da comunicação para, dessa crise, tirarmos lições que permitam aos profissionais que estão nas linhas de frente - seja no comando da comunicação das organizações envolvidas, seja nas mídias - agir com assertividade e segurança. O momento é propício para refletirmos sobre como as dimensões social, pública e estratégica da comunicação precisam deixar de lado as tensões, ocupar os espaços e viver em harmonia. Na comunicação de uma crise complexa como a do coronavírus, a informação precisa ser absolutamente clara, direta e persuasiva para alcançar os seus objetivos. Do mesmo modo, é indispensável que a comunicação social abra espaço para o debate público e o envolvimento dos indivíduos, cuja adesão é indispensável para conter a crise. Há que se valorizar a informação científica e combater-se a mera opinião e a boataria. Um bom exemplo é a liberação dos conteúdos exclusivos para assinantes pelo Público. O jornal desligou o paywall que limitava o número de artigos que cada leitor teria acesso diariamente. O número crescente de notícias alarmistas, fakenews e informações desencontradas, além da demora das autoridades em dar uma resposta efetiva à crise tornam premente que mídias como o Público facilitem o acesso das pessoas a um conteúdo jornalisticamente apurado, respaldado por especialistas e atualizado em tempo real. Uma crise é, certamente, a circunstância mais desafiadora que existe quando se trata de comunicação. Ainda podemos pensar, sem utopia, que, quando envolve a saúde mundial, o interesse público é sempre o interesse do público.
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