As universidades estão preparadas para fechar portas, como medida preventiva de propagação da Covid-19 (coronavírus). A garantia foi deixada esta terça-feira, 10 de março, pelo presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) à saída da reunião que decorreu na UBI. António Fontainhas Fernandes sublinhou, no entanto, que CRUP vai aguardar com “serenidade” pelos resultados da reunião que vai decorrer esta quarta-feira entre o Governo e o Conselho Nacional de Saúde Pública.

“As universidades neste momento estão todas preparadas não apenas nas questões do ensino-aprendizagem – estamos a falar da possibilidade do ensino à distância -, mas também com as questões sociais, porque há estudantes estrangeiros, há estudantes deslocados e, portanto, que não poderão ser isolados do mundo. Agora, relativamente à componente letiva em si, estamos preparados para um cenário desses”, referiu o presidente do CRUP.

Fontainhas Fernandes rejeita o cenário de pânico ou medo e reitera o apoio total aos estudantes em caso de infeção. “Temos que encontrar, dentro de um quadro de segurança, a forma de lhes fornecer os alimentos, manter o alojamento e de garantir todas as condições. E se, eventualmente existir um estudante infetado na minha região é evidente que não o vamos largar às autoridades, vamo-nos manter o contacto e mantendo também uma articulação com as famílias”, assegurou.

O presidente do CRUP lembrou ainda que “qualquer instituição de Ensino Superior definiu um plano de contingência, mas também equipas operacionais que estão preparadas com meios e recursos humanos adequados. Se nas universidades, que são os grandes locais onde se faz ciência, vamos gerir em função do pânico e do medo, eu julgo que estamos a trabalhar em sentido inverso aos dirigentes nacionais.”

Relativamente às instituições que já decidiram fechar portas, Fontainhas Fernandes acredita terem sido tomadas as “decisões mais adequadas”, tendo em conta cada contexto. “Relativamente aos encerramentos, sabemos que foram decretados por indicações das autoridades de saúde nos casos em que foram detetados casos confirmados e, portanto, nós aguardaremos com toda a serenidade. Penso que não estamos perante um drama social, mas sim com atenção e preparados para tomar as decisões mais adequadas.”

Reforçando as ideias deixadas pelo presidente no final da reunião, o CRUP vem sublinhar, em comunicado que “as pessoas identificadas como contactos com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 têm vindo a ser contactadas e acompanhadas pela autoridade de saúde e submetidas a isolamento profilático”.

“Da interação permanente com as autoridades de saúde resulta a convicção de que até ao momento não há razões de saúde pública que justifiquem o encerramento de instalações das instituições universitárias, à semelhança do que acontece com a generalidade dos setores de atividade em Portugal”, pode ler-se no mesmo comunicado. “O CRUP permanecerá atento ao desenrolar da situação e tomará todas as medidas que as autoridades de saúde considerem necessárias para a proteção da comunidade” e “renova o apelo à comunidade académica das diferentes instituições para que continue a observar as medidas básicas de higiene e de distanciamento social recomendadas pelas autoridades de saúde nacionais e internacionais para a contenção da propagação da Covid-19”.