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A física do vazio
Clarissa Pion · quarta, 4 de mar?o de 2020 · @@y8Xxv A partir de conceitos da Física, Paulo Parada, docente da UBI, explica como o vazio se desenvolveu ao longo da história. |
O docente Paulo Parada inicia a palestra à platéia |
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Foi com a frase “A natureza tem horror ao vácuo” que Paulo Parada deu início à palestra “O vazio através do tempo”, que reuniu estudantes e elementos da Academia Júnior de Ciências no dia 28 de fevereiro, pelas 15h00, na Faculdade de Ciências. Paulo Parada explica que “a frase é de Aristóteles, que se calhar a usou pensando de facto que a natureza teria horror ao vácuo, porque não conseguia criá-lo. Não é fácil criar um vácuo aqui na superfície da Terra, mas os conhecimentos actuais sobre o vácuo permitem saber que existe um vácuo que tem mesmo assim um conteúdo”. A conferência teve como objetivo principal despertar a curiosidade do espectador sobre o que existe mesmo quando há ausência de qualquer coisa. Desde Aristóteles até Einstein, todas as teorias sobre o vácuo foram apresentadas, com o intuito de compreender como no nada se pode ter matéria. Em um ponto da palestra, o professor Paulo Parada explica que no vazio sempre haverá quatro componentes: a estrutura de espaço-tempo, matéria escura, o campo de Higgs e as estruturas quânticas. “O que eu aqui expus é aquilo que nós ‘sabemos’ hoje sobre o que existe mesmo quando não há lá nada, numa situação de inexistência maior, está isolado eletricamente, mesmo assim vai ter essas quatro componentes.”, comentou o docente. A palestra foi organizada pela Academia Júnior de Ciências, a partir da qual alunos de diferentes escolas do Ensino Secundário se reúnem para diversas atividades científicas e universitárias. O estudante Francisco Dias, de 17 anos, participante desta academia, ressaltou a importância da palestra ter mostrado como se deu a passagem do vazio ao longo da história e “os avanços realizados pela ciência quanto às descobertas sobre o vácuo”. Já o estudante de Engenharia Eletrotécnica, Guilherme König, de 24 anos, considerou que “devido a toda passagem mostrada do universo, e à sucessão de teorias, nós provavelmente ainda estamos muito errados sobre a real natureza do mundo”. Ainda que se tenham feito grandes descobertas acerca do vácuo, não é possível definir uma resposta sobre o que exatamente há dentro dele. A ciência está constantemente em mudança, tendo teorias sendo refutadas depois de diversos anos tidas como comprovadas. Além disso, as descobertas já feitas sobre o vazio têm a possibilidade de estarem equivocadas, como esclarece o docente Paulo Parada: “Temos esse puzzle terrível, que se calhar é resolvido devido a mais coisas que existirem lá dentro e não sabemos quais são ou simplesmente estamos percebendo muito mal uma ou mais destas componentes. Talvez não saibamos tanto quanto nós pensamos, garantidamente não. Há coisas que não percebemos porque temos a chamada da catástrofe do vácuo”. Depois da palestra “O vazio através do tempo”, a Academia Júnior de Ciências organizará mais cinco eventos até o final do mês de março de 2020. Nesta semana, dia 06 de março, será realizado o “O bê-à-bá da eletroquímica”. |
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