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Centro de Energia Viva de Montanha em pleno em 2020
Rafael Mangana · quarta, 27 de novembro de 2019 · Garantia foi deixada pelo presidente da Câmara de Manteigas, Esmeraldo Carvalhinho. Intenção do autarca é que o Centro de Energia Viva de Montanha seja no futuro um Centro de Ciência Viva. |
Esmeraldo Carvalhinho (ao centro) foi um dos convidados do 14.º Seminário de Desenvolvimento Motor da Criança, que decorreu na UBI |
21985 visitas O Centro de Energia Viva de Montanha deverá estar a funcionar em pleno em 2020. A garantia foi deixada ao Urbi@Orbi na sexta-feira, 22 de novembro, pelo presidente da Câmara Municipal de Manteigas. À margem do 14.º Seminário de Desenvolvimento Motor da Criança, que decorreu na UBI, Esmeraldo Carvalhinho reforçou que “o ano de 2020 é crucial para o desenvolvimento de todos os projetos que ainda faltam concluir no âmbito do Quadro Comunitário”. Nesse sentido, assegura: “vamos concluí-lo no próximo ano”. O espaço, que concentra várias fontes de energia renováveis, é promovido pela autarquia local, em parceria com a UBI e a ENERAREA - Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior. A infraestrutura combina várias fontes de energias renováveis e o objetivo é transformar a vila de Manteigas numa "Smart City". Trata-se, de resto, de um projeto iniciado em 2008, com recurso a verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). A implementação do projeto permite a reutilização da antiga Fábrica do Rio, situada no centro da vila de Manteigas, através da aplicação de um conceito que foi desenvolvido por duas dezenas de docentes de todas as faculdades da UBI. “Neste momento o projeto está a atingir a velocidade de ponta”, revela. “É verdade que é um projeto que já devia estar praticamente em conclusão, mas está numa fase avançada. Temos neste momento adquiridos alguns equipamentos que constituem o espólio do edifício em si, estamos em fase de contratualização de outro tipo de equipamento com algumas empresas e está a UBI a desenvolver os conteúdos científicos para o Centro de Energia Viva de Montanha, que queremos que evolua para Centro de Ciência Viva”, aponta o edil. “Estamos a estabelecer contactos junto da Direção Nacional do Centro de Ciência Viva e penso que tem toda a razão de ser, porque com todo o potencial que tem a Serra da Estrela seria muito mau se nós não partíssemos para essa possibilidade”. Por outro lado, lembra, “no contexto do Geoparque, este projeto vai ter um posicionamento importantíssimo na definição de estratégias do concelho de Manteigas e de toda a Serra da Estrela. Não podemos olhar para o Geoparque como um projeto estático, que depois não coopere com todas estas energias que estão criadas na Serra da Estrela, nomeadamente com este projeto”. Trata-se de “um projeto abrangente, de um projeto acima de tudo turístico, para além de científico e inovador. É um projeto diferenciador na região e isso é ótimo para a economia do concelho de Manteigas, mas também é atrativo para todo o tipo de áreas", considera. Relativamente à parceria com a UBI, Esmeraldo Carvalhinho não tem dúvidas: “o desenvolvimento do projeto tem tido na UBI uma cooperação extraordinária. O projeto não seria o que é, se a professora Kelly e a sua equipa não o tivessem pensado desta forma e não o tivessem desenvolvido, porque a cada dia que passa há mais uma ideia nova. E ele não ficará por aqui, é um projeto que, com as dinâmicas da UBI, também se tornará cada vez mais dinâmico. Acima de tudo, a UBI está a conceber todos os conteúdos”, esclarece. Para o futuro, a parceria entre a autarquia de Manteigas e a UBI será para continuar, “quer noutros projetos, quer no funcionamento do Centro de Energia Viva de Montanha”. Kelly O’Hara, docente no Departamento de Ciências do Desporto da UBI e principal impulsionadora do conceito, reforça o “contexto lindíssimo” e o “potencial extraordinário” da Serra da Estrela, naquilo que define como principal pressuposto do Centro: “a capacidade de explorar os recursos disponíveis, o que a natureza nos dá”. Quanto ao sentido prático da infraestrutura para os visitantes, “há um nível, que nós chamamos de micro, que no fundo são experiências individuais; depois temos um segundo nível, que são as aventuras; e um terceiro nível, que é o contexto real. Portanto, são estes três níveis que dão sustento teórico a todo o centro”, sublinha a docente. “No primeiro nível temos as situações mais particulares, por exemplo, a altitude no comportamento humano, que implicações é que isso tem, a pessoa pode entrar e experimentar esta estação pequenina. Mas esse não é o nosso objetivo e todo o centro está construído em seis aventuras: a energia, o conhecer a montanha, o resgate, a expedição, a noite na montanha”, refere. “Vamos imaginar que as pessoas entram e estão na área da expedição, o objetivo delas é prepararem-se para a expedição. O que é que tenho que saber? Como é que eu faço um abrigo? Que recursos é que eu tenho? Tenho que conhecer a montanha, saber o que ela me dá, como posso utilizar. Fala-se tanto em sustentabilidade, tem que ser algo que é de facto solicitado e incutido nas crianças desde muito cedo”, considera Kelly O’Hara. A docente da UBI crê, por isso, que se trata de “um espaço diferente, um espaço que esteja na vanguarda e eu penso que temos todas as condições. O grupo de trabalho tem visto muitos centros e nós estamos naquilo que se quer, que é a experiência, a ação, a participação e a colaboração das pessoas”, remata. |
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