Logo à entrada do auditório estavam expostas camisolas manchadas de tinta vermelha, representando sangue, com algumas frases marcantes relativas à violência doméstica como “a culpa é minha”. Ao entrar no auditório, os homens e as mulheres seriam divididos e encaminhados por portas diferentes, e recebidos por uma voz que explicava os motivos.

A peça começava com um vídeo animado, onde foram proferidas frases generalistas como “mulher ao volante perigo constante” e “os homens são todos iguais”.

Terminava assim o primeiro momento “descontraído” da peça. Começava então o drama e dentro da sala os olhares perplexos iam tomando destaque quando uma rapariga, atriz, contava a história de ser violada na sua primeira vez. Em seguida, três rapazes contavam a história de como foram violados enquanto crianças.

Depois do intervalo, a peça envolveu a criação de um anúncio publicitário onde a mulher seria o destaque. O ator procurava dar um destaque sexista à mulher, e a atriz procurava manter a dignidade da mesma.

Sara Cruz, organizadora do evento e membro do Departamento Cultural do Medubi, mostrou-se “bastante satisfeita” com o resultado final, alegando que “apesar de não ter sido fácil, com uma boa equipa tudo se consegue”.

Francisco Carvalho, aluno do 2º ano de Medicina e um dos protagonistas da peça salientou que “o sacrifício foi recompensador” mas que “no fim fica aquele sabor de querer mais”.

Um coro coletivo, com os cerca de 50 colaboradores, terminava a sessão, saudada com uma ovação em pé por parte da plateia.