A UBI, no passado dia 14 de outubro, recebeu um momento dedicado à literacia digital e também às suas problemáticas com a apresentação do projeto Media Veritas. O programa é desenvolvido pela Associação Portuguesa de Imprensa, tem o apoio da Google.org e da Fundação Tides e pretende promover a literacia mediática e combater a desinformação jornalística. No local para apresentar o projeto esteve presente o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro.

A ideia da criação do programa Media Veritas nasceu com um desafio lançado pela Comissão Europeia. “No ano passado a Comissão Europeia fez uma recomendação aos estados-membros. Essa recomendação consistia em que os estados-membros deviam preocupar-se em desenvolver projetos de luta contra a iliteracia digital e que promovesse um maior esclarecimento aos cidadãos sobre a desinformação e a manipulação jornalística.”, explica o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa. Mais tarde chegou a colaboração da Google, sendo que a empresa norte-americana estava à procura de projetos que trabalhassem a temática da literacia digital.

Os principais destinatários desta iniciativa da Associação Portuguesa de Imprensa são os jovens e os idosos. “Essas duas faixas etárias eram alvos óbvios. É uma preocupação geral fazer com que os mais jovens consumam notícias a partir dos jornais em papel ou em formato digital. Nos últimos quatro anos a associação tem sido convidada a participar em ações nas universidades seniores e compreendemos o interesse, a disponibilidade e a importância que os idosos davam a este tipo de ações”, esclarece João Palmeiro.

O projeto Media Veritas encontra-se a trabalhar e a implementar desafios em Portugal Continental e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, sendo que uma das metas da iniciativa é organizar cerca de 45 eventos envolvendo a literacia mediática. Segundo a Associação Portuguesa de Imprensa outra medida a ser implementa é a criação de uma “comunidade online para a partilha de casos, divulgação de ferramentas e informações”.  O projeto Media Veritas encontra-se ligado a uma outra iniciativa, a MUDA Digital – Movimento pela Utilização Digital Ativa, organização que promove um programa na RTP envolvendo a divulgação de maneiras de combater a desinformação e onde a Media Veritas vai estar representada.

A iniciativa da Associação Portuguesa de Imprensa juntou as novas tecnologias ao combate da desinformação mediática com a app Millage e a aplicação é usada em conjunto com a Universidade do Algarve. O recurso às TIC envolve também a criação de conteúdos para colocar em plataformas digitais.

Outra das medidas implementadas no Media Veritas é a criação de “universidades embaixadoras” do projeto e a UBI foi uma das escolhidas para o papel. O jornalismo regional é algo muito importante para o programa da Associação Portuguesa de Imprensa e um dos motivos para a escolha da Universidade da Beira Interior relaciona-se com o facto de esta possuir um “laboratório que trata e se preocupa com a imprensa regional”, refere o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro.

Com o apogeu das redes sociais as fake news passaram a estar mais em destaque e a circular de uma forma mais rápida. Para João Palmeiro “as fake news existiram sempre. Não tinham era a visibilidade pública que as redes socais trouxeram. Nós temos de combater as fake news como sempre combatemos as notícias falsas, ou seja, com os procedimentos jornalísticos, transparência dos processos e com informações para as pessoas.”.

O momento contou ainda com a apresentação do manual da UNESCO, Jornalismo, fake news & desinformação: manual para educação e treinamento em jornalismo.