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Ricardo encena amor e ódio na Covilhã
Andreia Melo · quarta, 2 de outubro de 2019 · “El Año de Ricardo” esteve em cena no Auditório das Sessões Solenes da UBI e é um dos espetáculos que integram a 10ª edição do ContraDANÇA – Festival de Dança e Movimento Contemporâneo. |
Foto: ContraDança |
21985 visitas A peça “El Año de Ricardo”, da dramaturga, actriz e encenadora Angelica Liddell, subiu à cena na última quarta feira, e é inspirada em Ricardo III de Shakespeare, um homem manipulador, tirano, movido pelo poder do dinheiro e do corporativismo, que não se detém perante nada, nem mesmo o genocídio. Para a construção de Ricardo, a autora inspirou-se em Lenine, Hitler e Mussolini. Ricardo domina o seu povo devido à falta de formação e ingenuidade deste, situação violenta que o que o coloca à beira da loucura. Paco Ventura, diretor e intérprete da peça, apresenta o seu ponto de vista relativamente ao personagem afirmando que “é necessário refletir sobre a quantidade de Ricardos que existem na sociedade atualmente. Há Ricardos em todos os países que estão a governar e isso encontra-se presente na obra.” Paco considera “que existe um ódio acumulado na alma dos governantes, que como diz Ricardo, é um ódio que gera mais ódio, sendo uma maneira de satisfazer a sua própria angústia. Creio que o grande problema do mundo é a falta de amor. A falta de amor cria monstros, a falta de amor cria maldade, cria guerras.” Um espetáculo que nos leva a refletir sobre as questões sociais através da atuação fascinante de Paco Ventura, Ricardo apresenta a sua ideologia e as suas intenções, assim como as razões que o levaram à criação do seu ódio interior pela sociedade no decorrer da preparação do seu discurso aquando da sua eleição. |
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