Num evento da Lanterna Mágica, a Biblioteca Municipal da Covilhã foi o palco de mais uma sessão, desta vez dedicada ao tema “filmar o mar”. A atividade contou com a participação de dois alunos do Mestrado de Cinema da UBI, numa tarde multicultural que pretendeu viajar pelo mar através de fotos.

Partindo da ideia da apresentação do mar no cinema, Lucas Campacci evidenciou o contraste entre o cineasta português, Manoel de Oliveira com o filme “Douro, Faina Fluvial”, de 1931, e o realizador francês, Jean Vigo com “A Propósito de Nice”, de 1930. Na sua apresentação, justificou a escolha enaltecendo, que “são da mesma época e têm um tema semelhante porque ambos falam da sua terra natal”. Além disto, sublinha que ”Vigo descreve a cidade no momento de carnaval e as atividades dos burgueses naquela costa. Já Manoel de Oliveira não mostra um olhar para a burguesia, mas para os pescadores que estão à beira da praia”, retratando assim, classes sociais diferentes. Campacci destaca que antes de o cinema se “definir como arte teve um papel importante para mostrar a determinadas sociedades como era a vida do outro “.

Maria Contreras, apresentou o mar em Gonçalo Tocha através de três produções do documentarista português. São eles “Balaou”, de 2007, “É na Terra não É na Lua”, de 2011 e “A mãe e o Mar”, de 2013. Evidencia que o mar em Tocha é “um fio narrativo, uma personagem, um elemento de reconhecimento”. Contreras afirma ainda que “é lindo e poético como o mar está definido nos documentários”.

A tertúlia foi um espaço aberto para debater o mar enquanto personagem e como este “é um local social”, salienta Campacci. Após a tertúlia seguiu-se uma visita à exposição de fotografia de Luís Monteiro.