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Alunos em prática para descobrir o mistério
Flora Quinhones · quarta, 29 de maio de 2019 · @@y8Xxv Esse foi o objetivo da 4ª edição do Medical Sherlock que aconteceu durante a tarde do dia 22 de maio, no Laboratório de Competências (LAC) da Universidade da Beira Interior (UBI). |
Alunos utilizando o UpSim desenvolvido pela empresa de soluções digitais clínicas UpHill. Foto: Flora Borin |
21949 visitas O evento promovido pela Faculdade de Ciências da Saúde( FCS) da UBI, desafiou equipes de alunos de Medicina a descobrirem um caso clínico. Ou seja, uma situação que poderia acontecer num hospital, no qual uma paciente chegava com alguns problemas de saúde e os estudantes devem descobrir o que fazer para tratá-la, através de uma série de exames e procedimentos. De acordo com Carla Marty, estudante e organizadora, o Medical Sherlock serve para os estudantes aprenderem a lidar com situações que vão acontecer na prática. ”Queremos criar um jogo que seja o mais lúdico e dinâmico possível, com equipamentos reais de suporte básico de vida. É uma atividade importante pois pretende estimular o raciocínio médico a partir de algo mais prático e interessante, fazendo com que eles aprendam coisas novas”, explica. A atividade teve 7 fases que se passaram em salas diferentes. Na primeira, os alunos recebiam o caso e buscavam entender quais exames eram necessários serem feitos. Nesta sala, havia uma novidade. O simulador UpSim desenvolvido pela empresa de soluções digitais clínicas UpHill. Ele era responsável por confirmar se os exames sugeridos pelos alunos eram realmente necessários ou não. Na segunda sala, a paciente teria sido encaminhada para a urgência devido a uma hemorragia digestiva e os alunos deveriam realizar corretamente um procedimento. Já na quinta sala, os alunos colocaram em prática as suas capacidades de agir rapidamente, eles tiveram que sair correndo até o pátio e realizar os procedimentos de primeiros socorros como massagem cardíaca. No entanto, no fim, a paciente faleceu. As demais salas eram basicamente questionários, onde havia pistas sobre o caso e que ajudariam a descobrir os problemas que levaram à morte da paciente. De acordo com o médico Luís Patrão, professor assistente convidado, o facto mais importante era os alunos desvendarem as várias peças que vão aparecendo durante as estações. “Cada uma com um diagnóstico, uma síndrome ou um objetivo. No final tudo junto, é o que vai levar os alunos a descobrirem o diagnóstico, a causa da morte”, refere. Ele ainda defende a importância de iniciativas como esta. “Uma coisa é o ensino formal, com livro e tudo mais, outra são formas diferentes de aprender. Porque vai mais de encontro às necessidades reais que os alunos encontram em seu dia-a-dia no hospital ou centros de saúde e isso tudo num meio muito mais descontraído onde eles podem colocar as suas dúvidas”. De acordo com a estudante Ângela Azevedo de 23 anos, uma das coisas mais importantes para o trabalho foi o espírito de equipe. “Foi importante para se dividir e comunicar bem. É também um pouco o desafiar, o investigar e o sentido crítico. Pensar em possibilidades que talvez são menos possíveis e descobrir tudo”. Já para o estudante Miguel Pires de 24 anos, “quando estagiando, estamos focados numa especialidade e quando fazemos esse tipo de atividade, temos que pensar em todas as especialidades as quais já estudamos. Interligar tudo e pensar em que exames pedir e possíveis diagnósticos e tratamentos. É um bocado mais parecido com o que a medicina interna faz e acho que isso é muito positivo”, exemplifica. O Medical Sherlock está na sua 4ª edição e é organizada pelo Núcleo de Estudantes de Medicina da UBI (MedUBI). A atividade já ganhou o prêmio MedScoop, promovido pela Associação Nacional de Estudantes de Medicina. Foi também fonte de inspiração para práticas parecidas em algumas instituições como a Universidade de Lisboa e Universidade do Porto.
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