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“Orquestra de Bolso” faz maratona de concertos na Covilhã
Sara Helena Silva · quarta, 22 de maio de 2019 · O evento, que se realiza pela segunda vez, tem como objetivo “espalhar o acesso à cultura”, levando composições clássicas “a dezenas de localidades do interior raiano, oferecendo concertos gratuitos (…) às populações locais”. |
21982 visitas O concelho da Covilhã recebeu, nos dias 18 e 19 de maio, a “Orquestra de Bolso”, uma iniciativa da Orquestra Sem Fronteiras (OSF), para uma maratona de 5 concertos, evento que já vai na sua 2ª edição. As atuações realizaram-se no espaço de 24 horas, começando no dia 18, na cidade da Covilhã, às 19h30, no Salão Nobre Municipal, e prolongando-se até ao final da tarde do dia seguinte. A Casa do Povo, em Ferro, às 11h, o auditório de Vale Formoso, às 15h, a Igreja Matriz de Orjais, às 16h15, e a Igreja Matriz do Teixoso, às 17h30, foram os destinos deste espetáculo musical gratuito. O tema escolhido para apresentação intitula-se Serenata No.2 Op.16, uma composição clássica de Johannes Brahms, e foi conduzida pelo maestro Martim Sousa Tavares, fundador e diretor da OSF. A Serenata tocada pela orquestra divide-se em 3 andamentos, em que o primeiro, “o mais importante, é uma música que nos leva por um campo de grande serenidade, mas onde também há espaço para muitas emoções diferentes”, refere o maestro. Acrescenta ainda que “o segundo andamento assemelha-se mais a uma dança, sendo por isso mais ligeiro”, e a última peça “é leve, animada e jovial, para acabar bem a música”. Antes da atuação propriamente dita, o maestro Martim Sousa Tavares realizou uma introdução sobre a música, onde destacou que “quando comemos algo muito saboroso, não pensamos nos seus ingredientes, não estamos a pensar de uma forma analítica, apenas a desfrutar. Também se pode desfrutar da música sem se pensar nela, mas eu acredito que saber o que os músicos fazem ajuda a apreciá-la melhor”. O maestro explica ainda que na peça existe uma melodia que é tocada por todos os instrumentos, mas não ao mesmo tempo: “É tocada primeiro pelo grupo dos sopros, e depois pelo grupo das cordas, o que quer dizer que não é [tocada] em uníssono (…). Este desfasamento, a que chamamos cânone, vai gerar duas linhas de música a acontecer ao mesmo tempo. São os sopros que começam e depois, quando entram as cordas, com o mesmo tema, os sopros vão começar a fazer outra coisa.” A Associação Orquestra Sem Fronteiras é um projeto que “existe para apoiar e fixar o talento jovem no interior do país, combatendo o abandono do ensino da música e premiando o mérito académico”, promovendo “os valores de cooperação e integração transfronteiriça”, combinando músicos portugueses e espanhóis, e o acesso à cultura no interior, aproximando a música das pessoas. |
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