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Jornadas complementam aulas
Rui Duarte · quarta, 17 de abril de 2019 · Continuado Um contacto com profissionais da área do jornalismo e comunicação estratégica, é o objetivo que “alimenta” as Jornadas de Comunicação, que vai já na sua quarta edição. Organizadas pelo Núcleo de Estudantes de Ciências da Comunicação (UBIMedia), as jornadas arrancaram no passado dia 9 de abril. |
Vítor Andrade, um dos oradores da primeira manhã |
22008 visitas A sessão de abertura contou com João Canavilhas, vice-reitor da Universidade da Beira Interior (UBI), Afonso Gomes, presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), José Carvalheiro, vice-presidente da Faculdade de Artes e Letras da UBI, e com Francisco Nascimento, presidente do UBIMedia. Para além das palavras de encorajamento deixadas pelos presentes nesta sessão, ficou evidente pelo discurso dos presentes que o fator de diferenciação destas jornadas para os alunos é o facto de estes conseguirem um contacto próximo com profissionais da área, algo que não é possível através das aulas. O primeiro dia da quarta edição das Jornadas de Comunicação foi dedicado ao jornalismo. Este primeiro painel teve a designação de “Saber Informar” e os oradores convidados foram Vítor Andrade, coordenador de economia do jornal Expresso, e José António Pereira, jornalista da RTP. Vítor Andrade começou por lamentar que o número de presentes nesta sessão fosse “francamente pouco”, não deixando de referir que “são os presentes que irão marcar a diferença futuramente no mercado de trabalho”. O jornalista do Expresso não esteve com rodeios e assumiu que a situação atual do jornalismo é “muito má”. Vítor Andrade, enquanto um dos responsáveis pelo jornal Expresso, lamentou a pouca empregabilidade do setor e os fracos salários que estão a ser oferecidos a quem sai das universidades. O coordenador do Expresso mostrou-se ainda muito crítico das redes sociais, que considera terem sido “um dos principais culpados pela atual situação do jornalismo”. Vítor Andrade afirmou que “o jornalismo precisa urgentemente de um novo modelo de negócio”. No entanto, o jornalista não entra em pessimismos descabidos e refere que “o jornalismo irá sobreviver, pois a sociedade precisa do jornalismo”. O segundo orador deste painel é um dos atuais rostos de esperança do jornalismo em Portugal. José António Pereira saiu da Universidade apenas em 2015, mas ganhou notoriedade pela cobertura feita durante os incêndios de Pedrogão Grande em 2017. O jornalista natural do Porto não deixou de concordar com algumas palavras deixadas anteriormente por Vítor Andrade, mas garantiu que “com trabalho tudo se consegue”. José António Pereira falou um pouco da sua experiência enquanto jovem jornalista numa catástrofe humana e material, como foram os incêndios de Pedrogão Grande. O jornalista elucidou os presentes sobre o trabalho exaustivo atrás das câmaras, que quase nunca é divulgado, mas que “será porventura tão ou mais importante”. Dado o carácter sensível que uma catástrofe exige, José António Pereira destacou que torna-se ainda mais importante para o jornalista saber informar respeitando o luto e a dor das pessoas, não caindo em sensacionalismos.
O segundo painel da manhã das Jornadas de Comunicação intitulava-se de “Jornalismo Alternativo”. Os oradores convidados foram Rui Barros, jornalista de dados da Rádio Renascença e Célia Rodrigues, infografista do jornal Público. Coube a Célia Rodrigues arrancar com esta segunda sessão, e a infografista esclareceu primeiramente o que faz de facto um infografista num jornal, recorrendo a exemplos práticos de artigos com infografias. “O objetivo da infografia nos artigos é facilitar a compreensão da informação”, explicou Célia Rodrigues. Porém, a infografista não deixou de considerar que dada a evolução da infografia no jornalismo, esta já não é “um mero complemento à informação, é de facto uma alternativa ao jornalismo”. Rui Barros trouxe também até à UBI, algo que as pessoas não estão ainda habituadas a ouvir. “É possível fazer jornalismo recorrendo à estatística e à programação”, referiu o jovem jornalista. Rui Barros considerou ainda que “pode-se contar uma boa história recorrendo-se aos números”. O jornalista de dados também acompanhou a sua palestra de casos práticos do seu trabalho, para elucidar melhor os presentes e contar um pouco da história por detrás de cada artigo. Rui Barros acabou por constatar que os melhores artigos partiram quase sempre de ideias engraçadas de onde se extraíram conclusões interessantes. |
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