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Rubel aquece a noite na Moagem
Bárbara Seixas · quarta, 10 de abril de 2019 · O músico e compositor brasileiro esteve pela primeira vez no Fundão e esgotou a sala da Moagem – Cidade do Engenho e das Artes. |
Rubel no palco da Moagem |
21993 visitas A Moagem, no Fundão, foi mais uma vez palco, no passado dia 6 de abril, de um concerto intimista, desta feita com o músico brasileiro Rubel, que se fez acompanhar pelo seu violão. Numa noite de chuva e frio, o tom melancólico, a nostalgia das músicas e a voz quente aqueceram o público que escutou o músico que une a Música Popular Brasileira, o Indie e o Folk. Num concerto que Toni Barreiros, responsável pelo Open Sounds e Sons à Sexta na Moagem, descreveu como “arriscado”, uma vez que há três semanas tinham estado The Last International na cidade, no final de contas a aposta foi certeira. “Estou muito contente por apostar nele, porque sei que dificilmente vai voltar à região. O Rubel vai passar para um patamar completamente ou quase, inatingível. Como podemos assistir no concerto é um daqueles músicos que vai, certamente, marcar a história da música no Brasil”, afirmou Toni Barreiros. Numa sala esgotada, Rubel percorreu algumas músicas, tanto do seu primeiro disco, “Pearl”, como do segundo, “Casas”, disco este nomeado em 2018 para o Grammy Latino de “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa de Língua Portuguesa”. Para o músico carioca “Pearl” é um disco “pequeno, íntimo, orgânico e despretensioso”, já “Casas” é um disco “grande, ambicioso, misturado e ousado”. “Quando bate aquela saudade”, a música que é um sucesso no Youtube, com mais de 35 milhões de visualizações, tem centenas de comentários com declarações de amor, o que demonstra que a música de Rubel toca muita gente. “Acho que é algo que pode haver de mais bonito com uma coisa que eu escreva é que ela chegue até à outra pessoa e que ela se identifique. E a partir disso queira fazer a sua própria poesia, música ou se relacionar com outra pessoa. É muito forte essa relação que as pessoas têm com a música”, apontou Rubel. Para além deste sucesso, o músico cantou ainda “Ben” e “Quadro Verde” do seu primeiro disco e “Cachorro”, “Colégio”, “Pinguim”, “Sapato” e “Partilhar” do segundo. Passou ainda por uma música nova, ainda em construção, um cover de “Esotérico”, música de Gilberto Gil e de “Still Beating” de Mac DeMarco, à qual juntou uns versos da música “Maria Moita” de Nara Leão”. Rubel, que tem como influências Caetano Veloso, Chico Buarque, Jorge Ben, Los Hermanos ou Dorival Caymmi e, num panorama mais internacional, dentro do Hip-Hop, Chance The Rapper, Kendrick Lamar ou Frank Ocean, é para além de músico e compositor, cineasta, sendo que dirige os videoclipes das suas próprias músicas. “É incrível, porque eu, de facto, posso viver das duas coisas. Durante muito tempo acreditei que eu teria que escolher uma profissão, ou não faria bem nenhuma das duas e isso me dava muita ansiedade, porque não queria rejeitar nenhuma das duas. Então quando eu consigo fazer uma música, dirigir o clipe dessa música, viver disso e receber por isso é maravilhoso, é inspirador. Acho que é um sinal dos novos tempos e que a gente pode ter mais que uma profissão, pode viver mais de um sonho e espero fazer mais coisas ainda, além de música e de cinema”, referiu Rubel. Pela segunda vez em Portugal, depois de em agosto ter estado em Lisboa, Espinho e Vila Nova de Famalicão, esta é a primeira grande digressão do músico e cineasta no país, com 12 cidades portuguesas a receberem o talentoso carioca. Rubel deu música ao Fundão e “foi uma sorte ter conseguido fazer este concerto na cidade”, tal como salientou o responsável pelo Open Sounds, Toni Barreiros. |
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