A Casa das Muralhas foi um dos palcos do Festival que tem como objetivo homenagear as artes. A pensar na 7ª arte, foi exibido o filme “24 Hour Party People” com uma tertúlia mediada por Luís Nogueira, professor de cinema na UBI.

A obra, que se insere entre a ficção e o documentário,  mostra como uma cidade cinzenta, Manchester, se transformou no berço de duas revoluções musicais, e como um homem, Tony Wilson, através de uma editora, a Factory, e de uma discoteca, a Hacienda, revolucionou a música das últimas décadas.

Na tertúlia, a comparação feita entre as duas cidades mostrou que Manchester passou de uma cidade têxtil para uma cidade onde a  cultura é hoje um dos motores da cidade, o que poderia servir de exemplo para a Covilhã, outrora conhecida como a "Manchester Portuguesa"

Luís Nogueira afirmou que a Covilhã precisa de recrutar agentes para” levar as coisas por diante”. Referiu ainda que a cidade não conseguiu encontrar na sua identidade um equilíbrio entre o legado e a expansão. Na sua opinião, a cidade “olha demasiado para o passado e não tanto para o futuro”. Ainda assim não deixou de enaltecer todos aqueles que “fazem as coisas acontecer”, salientando iniciativas tais como o festival Wool, o doutoramento em Media Artes na UBI, as obras no Teatro Municipal, o Expand Your Mind e o Covilhã Art Fest.

Ainda assim, “as pessoas não chegam. Também são necessários meios para se conseguir fazer coisas interessantes“ e para que tal aconteça é preciso “confiar na sorte” ou “apostar na formação”, ressalva o professor.

Como mote para a conclusão da intervenção, Luís Nogueira relembrou o verso da música dos Rolling Stones, “you can’t always get what you want but if you try sometimes, you just might find”, que resume o que pensa sobre a Covilhã.