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Café Literário com Pedro Teixeira Neves
J. Machado dos Santos · quarta, 27 de mar?o de 2019 · O espaço Memórias Charme Residence recebeu esta edição do evento promovido pela Câmara Municipal da Covilhã. |
As obras de Pedro Teixeira Neves vão do romance à poesia, do livro infantil à fotografia. |
22001 visitas Pedro Teixeira Neves foi o convidado do Café Literário que decorreu no dia 19 de março. O autor trouxe a sua experiência no jornalismo, literatura, poesia e fotografia para uma conversa cultural. Apresentado pela escritora Teresa Duarte Reis, o evento passou em revista as obras e momentos marcantes da carreira de Pedro Teixeira Neves. O autor partilhou algumas histórias sobre a criação dos seus trabalhos, as influências da experiência pessoal na sua poesia, assim como alguns trechos e poemas das suas obras. Um dos temas abordados foi a dificuldade em cativar jovens adolescentes para o mundo literário, sendo que o autor afirma ser uma batalha onde se está a perder para os telemóveis, as redes sociais e os videojogos. A moderadora Teresa Duarte Reis destaca a relevância deste tipo de eventos para celebrar a importância da escrita: “É bom que nós possamos alertar as pessoas para o valor da escrita e das palavras. Urge defendermos a escrita. Os telemóveis e as redes sociais estão tão banalizados, e são bons, mas temos que manter a escrita ativa. Este é um dos pequenos momentos em que podemos fazer isso. E além de enriquecermos o espaço onde elas são feitas, também damos valor às palavras e às letras. É bom que a escrita se mantenha viva”. Num mundo onde tudo se vive depressa, e a informação é um fluxo constante e incontrolável, Pedro Teixeira Neves pretende desacelerar e relaxar o leitor com a sua poesia: “A poesia para mim, quando a leio e quando a escrevo, é um jogo de esperas, de carregar no travão, de acalmar. E por isso a minha poesia quase não tem vírgulas, é toda com minúsculas e a partição do verso não é onde poderia parecer mais lógico que fosse. É um jogo também que pede ao leitor que entre num processo de acalmia, de desaceleração, que tenha uma pausa. Hoje em dia temos que aprender todos a desacelerar, estamos todos muito acelerados. Olhámos só para os títulos, das notícias já não queremos saber, vemos as capas dos jornais, já não queremos ler nada, já não lemos uma reportagem”. Uma das ideias finais deixada pelo autor, apela à reflexão sobre o poder da escrita. “Quando nós morrermos, outros virão. E esse é um dos poderes maiores do livro que nós nem nos damos conta: os livros têm o poder espantoso de conseguir que os mortos falem com os vivos. Há 3000 anos na Suméria em Uruk, escreveu-se a Epopeia de Gilgamesh. Se não tivessem inventado nessa época a escrita, nós não sabíamos nada. O que saberíamos nós da guerra de Tróia, se não fosse a poesia?”. |
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