Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Mil, e uma revolução
Anabela Gradim · quarta, 20 de mar?o de 2019 · @@y8Xxv
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Anabela Gradim - Diretora do Urbi et Orbi |
21968 visitas O Urbi@Orbi celebra a sua milésima edição esta semana. Mil números de publicação ininterrupta desde janeiro de 2000, altura em que editava o seu número zero com uma manchete sobre Tecnologias da Saúde e Politécnicos. É pois o decano dos jornais universitários digitais em Portugal. E embora todos esperássemos mudanças nesse início de milénio tão cheio de promessas, estes 19 anos trouxeram uma verdadeira revolução, de que o jornalismo e as empresas de media foram dos primeiros a sentir o impacto, mas cujas ondas de choque se vêm progressivamente alargando a toda a economia e a todos os setores de atividade. Concebido como laboratório de iniciação ao jornalismo para os alunos do curso de Ciências da Comunicação da UBI, e como veículo de comunicação e divulgação de notícias junto da comunidade académica e da comunidade regional, os redatores foram desde o início estudantes que trabalhavam sob supervisão do chefe de redação e dos docentes de Atelier. Embora já todos os jornais de âmbito nacional possuíssem páginas na web, a circulação de notícias através da internet ainda estava no início, longe de ter o peso que hoje adquiriu, e o modelo de negócio que hoje a alimenta – baseado na economia da atenção e no pay-per-click – ainda não tinha tomado forma. Atualmente é tão poderoso que, exceção feita à China, está sob controle e monopolizado praticamente por duas empresas, afectando os conteúdos, a forma como são produzidos e re-circulados. Mas em 2000 nada disto era previsível. A internet lenta, arcaica, e com poucos conteúdos de que dispúnhamos, pensávamos que já era a materialização da Aldeia Global, e era apenas um começo. Coisas que não existiam em Portugal nessa altura: banda larga para uso doméstico, tarifas planas de internet, smartphones, internet móvel, televisão por streaming, App Store, Google Play, blogosfera, redes sociais, Apple Music, Spotify, Youtube, gig economy, AirBnb ou Uber, entre tantas outras. Nestas mil edições, presenciamos o desenrolar de uma revolução não só no jornalismo – propósito primeiro do laboratório -, mas no ecossistema mediático e mais além. Atravessamos as décadas que nos levam de terceira à quarta, revolução industrial, que ainda não vemos, e de que só nos aperceberemos depois de termos chegado. Tempos de convulsão, portanto, e do seu reverso: oportunidade. Suportar a primeira, e aproveitar a segunda, é a missão do jornal. Os alunos que no próximo ano derem os seus primeiros passos no Urbi já serão, na esmagadora maioria, mais jovens do que o próprio jornal ou da mesma idade. Contamos com eles para trazerem as nossas notícias ao futuro, pois são eles o futuro das notícias e do jornalismo. |
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