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Feira do Livro do UBIMedia debate arte de escrever
Catarina Augusto · quarta, 20 de mar?o de 2019 · @@y8Xxv Entre Artes e Letras realizou-se, na Biblioteca Central da UBI, a segunda edição da Feira do Livro do UBIMedia - Núcleo de Estudantes de Ciências da Comunicação. |
Foto: UBIMedia |
21997 visitas Neste encontro literário, realizado no dia 13 de março, estiveram presentes vários autores da região, acompanhados pelos seus livros para miúdos e graúdos, que permaneceram expostos durante todo o dia de Feira. O primeiro de dois painéis, que tinha como mote “A arte de escrever: triunfos e perspetivas”, iniciou-se às 11h00 e contou com a participação de Rogélia Proença, Catarina Rodrigues e Nuno Jerónimo. Numa conversa informal, moderada por João Santos- ex-presidente do UBIMedia, foi discutido o passado, o presente e o futuro da escrita. Rogélia Proença refletiu, na sua apresentação, acerca do papel da arte literária, no que diz respeito às várias tipologias textuais existentes. A escritora e professora partilhou a sua experiência com as artes e as letras e salientou “a importância da criatividade e da reflexão". A caminho do seu décimo livro, Rogélia confessou que a sua maneira de estar no mundo é “ser um ser escrevente”. Catarina Rodrigues, professora da Universidade da Beira Interior (UBI), apresentou um estudo de uma universidade espanhola relativo à dicotomia existente entre a leitura em papel e a leitura em digital. A seu ver “não é por os estudantes estarem habituados ao ecrã que a compreensão dos conteúdos digitais é maior” e, tal como foi comprovado no estudo, “ler em papel é mais eficaz do que ler em digital”. A docente acredita que com o aparecimento da Web foram colocados inúmeros desafios à atenção do Homem. A grande abundância de informação disponível e a falta de tempo da sociedade contribuíram, a seu ver, para “o aparecimento do imediatismo ameaçador das redes sociais”, expressão proferida por André Barata, no seu livro “E se Parássemos de Sobreviver?”. Na última intervenção do painel esteve em cima da mesa a questão da pressão exercida sobre os escritores. De acordo com Nuno Jerónimo, professor da UBI, “nunca se escreveu tanto como hoje”, todavia não existe, na sua perspetiva, tempo para refletir. Ao contrário do que anunciavam as obras de ficção científica, o fim da escrita está longe de ser uma realidade. “Nunca escrevemos tanto como hoje e como nas redes sociais. Os telemóveis são uma ferramenta de escrita e leitura”, afirmou Nuno Jerónimo. Num painel em que foram feitos diversos apelos à escrita e à leitura, muito se falou de novas tecnologias. Em jeito de conclusão os três oradores concordaram que o mundo digital é de facto importante e enriquecedor, mas não deve impedir que as pessoas tenham tempo para si e para as suas coisas. Nas palavras de João Santos este foi “um painel bastante pertinente com três visões diferentes dadas por três pessoas distintas” e embora não tenha tido a plateia cheia, o ex-presidente do UBIMedia acredita que “os núcleos têm de continuar a criar oportunidades e os alunos têm de aprender a saber aproveitá-las”. João Santos acrescentou ainda que foi “um gosto enorme regressar à universidade” e fazer parte da segunda edição de um evento pensado e criado por si, no ano passado. |
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