Depois de na primeira sessão, em fevereiro, ter sido reproduzido o vencedor do Óscar de Melhor Filme de 2017, “Moonlight”, desta vez foi “Breakfast on Pluto”, no passado dia 2 de março, que esteve na tela de uma das salas da sede do Bloco de Esquerda.

Com grande variedade ao nível dos filmes considerados LGBTI, estes dois foram a escolha final. Os dois filmes têm características em comum: “Ambos representam toda a vida da personagem, desde a infância até à vida adulta, e neles é possível verificar todos os desafios que a comunidade LGBTI tem que ultrapassar”, apontou a dinamizadora do evento e aluna de Cinema, Clara Borges.

A trama do filme “Breakfast on Pluto” conta com Cillian Murphy, Liam Neeson e Ruth Negga como personagens principais. O ator, atualmente mais conhecido pelo seu papel enquanto Thomas Shelby (Peaky Blinders), Cillian Murphy, dá neste filme corpo e voz ao travesti Patrick Kitten Braden. Kitten é um jovem de uma pequena vila irlandesa que luta pela sua verdadeira identidade e tenta reencontrar a mãe que o abandonou bebé à porta de uma igreja.

Numa Irlanda e Londres dos anos 70, a violência e a discriminação para com os travestis é assunto permanente ao longo de todo o filme. Desde pequeno, quando vestia os vestidos e calçava os saltos altos da sua mãe adotiva, até à idade adulta, quando se recusa a ter medo de andar de saltos altos e maquilhado, Patrick é maltratado e discriminado  em vários momentos.

“Ainda existem muitos tabus, situações que não são faladas tão abertamente. Colocar isso através de filmes que demonstram isso com imagens é muito interessante. Depois podemos discutir e desconstruir esses tabus”, sublinhou a estudante de Cinema.

No final da apresentação do filme houve ainda tempo para uma breve apreciação do filme por parte da dinamizadora das sessões. Apesar da geração mais nova ser considerada a mais tolerante de sempre “são eles que partem mais vezes para a violência para com esta comunidade”, tal como referenciou Clara Borges.

Apesar de terem sido poucos os que estiveram presentes no evento a aposta nestas se sessões é, segundo Clara Borges, “para continuar”.