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Fake News debatidas na UBI
Ana Luiza · quarta, 21 de novembro de 2018 · @@y8Xxv Temática encerrou segunda Conferência Internacional Patologias e Disfunções da Democracia em Contexto Mediático. |
Foto: Rafael Masson |
21975 visitas No dia 14 de novembro, última quarta-feira, ocorreu no Anfiteatro da Parada, no pólo principal da Universidade da Beira Interior, o terceiro e último dia da 2ª Conferência Internacional Patologias e Disfunções da Democracia em Contexto Mediático. De acordo com o professor da UBI e organizador do evento, João Carlos Correia, esta edição teve como principal objetivo reunir professores e alunos de diferentes áreas para debaterem o papel que as novas mídias e tecnologias estão tendo no meio da comunicação e da política. “A ideia foi tentar pôr toda a gente dentro de uma mesma sala a discutir um mesmo tema, o que nem sempre acontece nas Conferências. Isto é, tentar evitar sessões paralelas, e tentar que todos se ouvissem uns aos outros, mobilizando quer professores, quer alunos de várias áreas disciplinares”, disse o docente. Este terceiro dia da conferência foi concentrado em temas como manipulação de informações e Fake News. Para João Correia o debate sobre o assunto é interessante para que haja uma conscientização sobre o fenômeno. “A comunicação está a construir uma apreciação tão perfeita da realidade que muitas vezes não conseguimos distinguir a realidade da ficção e isso depois solidifica fortemente as pessoas em torno de apreciações que elas têm da realidade. Produzem-se grupos extremamente polarizados uns contra os outros em torno de ideias que muitas vezes, resultam apenas das próprias crenças das pessoas”, declarou. Nelson Zagalo, professor da UBI e participante da conferência, fez a sua apresentação sobre a tecnologia do Deepfake, que se trata do uso da inteligência artificial para trocar o rosto de pessoas em vídeos, sincronizando também os movimentos labiais e expressões da pessoa. O docente falou também sobre o futuro do audiovisual e da capacidade de criar que essa nova tecnologia dá relativamente à manipulação de vídeos. Para ele Nelson Zagalo, um dos grandes problemas atualmente é saber “como se pode garantir às pessoas o que é real e o que não é”. “As FakeNews não estão completamente deslocadas, elas se aproximam minimamente daquilo que as pessoas estão dispostas a acreditar e por isso aquilo faz sentido e elas incorporam aquilo na sua noção do que que é real. Quando é desmontado, surpreendem-se, percebem que foram enganadas e colocam-se alerta às FakeNews que se sucedem. O problema é que depois já não acreditam em nada. E quando não acreditam em nada ficam um bocado órfãos. Porque não tem onde agarrar a sua ideia do que que é e o que que não é real”, declarou o docente. A palestrante e professora universitária brasileira convidada, Ana Taís Martins Portanova Barros, disse que a conferência tem uma importância especial para os alunos de comunicação e futuros jornalistas. “Hoje todos os públicos têm acesso às informações através das mídias digitais, redes sociais, mais do que através dos veículos tradicionais de imprensa. Então nós temos mudanças muito importantes nesses processos, em que, potencialmente, o consumidor, é um produtor de informações e nós temos que avaliar como são essas informações e o que dá para fazer a respeito para que as estratégias de democratização continuem valendo. Os futuros profissionais da área é que vão ter que encarar esse desafio. Então o conteúdo desse evento é fundamental para a formação dos novos jornalistas e novos comunicadores”, disse a professora. |
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