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“Habemus” Rock!
Sara Rodrigues · quarta, 21 de novembro de 2018 · O Tortosendo Rock regressou este ano e teve como cabeça de cartaz os Painted Black. |
Painted Black - Francisco Sanches |
22015 visitas O Rock regressou ao Tortosendo no passado sábado. Bandas como Painted Black (Covilhã – Lisboa), CL0NE (Guarda) e Trucks (Teixoso) marcaram presença no palco da Casa da Vila. Os CL0NE abriram o evento. Desde o grunge ao rock alternativo, os CL0NE afirmam-se como um núcleo criativo original. Uma fusão de quatro elementos, que expressam várias influências e diversos estilos de música. Acreditam que o Rock se mantém nos dias de hoje e consideram que “tal como qualquer tipo de arte e expressão tudo tem uma rotatividade e evolução. Está a surgir o grunge outra vez, mas com uma abordagem diferente”. Contudo, apontam para uma falta de mercado e canais que apostem no Rock. “O mercado português é pequeno e não há exposição, apenas na Internet. Também os grandes festivais não apostam em nomes e estilos diversificados. Deviam valorizar bandas mais pequenas que não tenham tanta exposição.” Um projeto que teve início em 2016, e que aposta em singles originais. “Throw it out” e “Hello Hello” são alguns dos singles lançados e apresentados no palco do Tortosendo Rock. Os cabeças de cartaz, Painted Black regressaram a casa e trouxeram consigo o novo álbum “Raging Light”. Uma banda com origem no interior do país, os Painted Black afirmaram-se não só a nível nacional como internacional. Composto por cinco membros, o projeto iniciou-se em 2001 e quatro anos depois lançam o seu primeiro demo/EP “The Neverlight”, seguido de “Verbo” em 2007. Duas maquetes que lhes confeririam o lugar de “melhor banda nacional sem contrato discográfico” pela revista LOUD! E mais tarde, em 2010, com o seu primeiro álbum “Cold Comfort”, considerado pelos leitores da LOUD! o melhor álbum de Metal Português. Inspirada no DOOM e Death Metal, os Painted Black criaram um ambiente enérgico e intenso na sua performance. Assumem uma identidade muito pessoal no seu registo musical, e acreditam que é uma ambição para qualquer banda encontrar o seu estilo próprio. “Ao longo dos anos sempre tentamos ter a nossa própria voz. É difícil para nós encontrar um rótulo para a nossa banda, o som foi evoluindo. A melancolia do DOOM Metal continua lá, mas exposta de uma maneira diferente”. Os Painted Black mantêm o registo dos seus primeiros anos, continuando a apostar em vários elementos do rock progressivo e post-rock. Em entrevista ao URBI, a banda acredita que ainda há futuro para o Rock Português, contudo aponta para uma oferta em demasia que, por si, cria um publico mais disperso e diversificado. “Há tanta banda boa por aí, que não consegue vingar porque não há oportunidades nem espaço para sobressair. O público é mais eclético.” Ainda assim, os Painted Black acreditam que a identidade da banda é o que prevalece no tempo: “há que fazer coisas diferentes e inovar, contudo, o espírito e a identidade da nossa banda mantêm-se na sua composição. Os nossos álbuns são bastante variados, não somos a banda que segue uma única forma até ao fim, há uma atmosfera intimista que mantemos, que é algo que vem de dentro. Não nos movemos a pensar no que as pessoas vão gostar mais.” Um concerto que passou pelos clássicos mais antigos, aos álbuns “Cold Comfort” e “Raging Light”. Uma banda acarinhada pelo público que proporcionou uma noite de nostalgia marcada pelo regresso dos Painted Black a casa. Para ouvir a entrevista completa aos Painted Black, clique aqui. A noite encerrou com o concerto dos Trucks. Foram vários os clássicos de Rock que a banda do Teixoso apresentou em palco. Um projeto que teve início em 2012 com o lema “beers and bikes”. De Norte a Sul do país, os Trucks percorrem várias concentrações motards. Acreditam que não existem grandes apostas no Rock Português e em bandas de menor relevo, “o interior não tem um espírito tão aberto em relação ao rock, como também em Portugal os gostos estão a mudar. O rock, infelizmente está a ser ultrapassado e isso deve-se ao facto de não haver uma maior aposta por parte das rádios de mostrarem ao público novas bandas, e apostarem em diversos estilos musicais”. Um concerto que levou o público de regresso aos anos 80 e 90. Clássicos de Iron Maiden, AC/DC, The Doors e Xutos e Pontapés acabaram com muita animação uma noite dedicada à música e ao Rock Português. Depois de oito anos sem realização devido à falta de investimentos, o evento tem como objetivo trazer de volta uma tradição anual da vila. Uma ideia recuperada pela Associação Jovem do Tortosendo, que apostou numa nova edição do Tortosendo Rock. Miguel Antunes, estudante de arquitetura na UBI e Vice-Presidente da AJT refere que “o Tortosendo Rock sempre teve um feedback positivo, a nossa vila tem grandes artistas e bandas de Rock, por isso decidimos fazer um throwback a esta iniciativa”. Miguel acredita que se trata de um evento que enaltece não só uma tradição, mas também o papel dos jovens na vila, “queremos mostrar que há dinamismo e criatividade, e que apostamos sempre em novas ideias e eventos que tragam pessoas de fora à nossa vila.” Para além de uma noite repleta de música, esta iniciativa carrega uma componente solidária. Cinquenta cêntimos dos 2,5 euros de entrada revertem para a associação CORDAS – O Gesto que Faz a Diferença. A organização contou ainda com o apoio da Junta de Freguesia do Tortosendo, da Câmara Municipal da Covilhã e do Moto Clube Covilhã: LOBOS DA NEVE. |
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