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O Teatro Municipal conta a sua história
Bruno Fontoura · quarta, 24 de outubro de 2018 · Exposição fez parte do ciclo de eventos do aniversário de 148 anos da Covilhã, reforçando a importância do teatro na história da cidade |
Folder da mostra de fotografias e artefatos do Teatro Municipal da Covilhã (Imagem de divulgação) |
22017 visitas Os objetos contam histórias, que às vezes são silenciadas pela pressa do dia a dia. A preocupação em chegar no horário para o trabalho e o fascínio pelo ecrã do telemóvel pode tornar monumentos históricos de uma cidade em apenas cenários, áreas invisibilizadas. Qualquer intervenção ou trabalho que retome a significação e a importância destes símbolos urbanos é benéfica para uma sociedade reconhecer sua cultura, como diz a professora de artes Maria Evany Ribeiro. Essa resignificação de patrimônios históricos é o objetivo da mostra “Teatro Municipal”, que reúne fotografias do artista Augusto Brázio e artefatos para preservar a memória do Teatro Municipal da Covilhã, que será fechado temporariamente para reformas há muito necessárias. A exposição faz parte da comemoração dos 148 anos desta cidade portuguesa, aniversário que aconteceu no dia 22 de outubro, e estará aberta aos visitantes no Museu de Arte e Cultura até o final do mês. O embrião da mostra foi o pedido que o município fez para o fotógrafo Augusto Brázio de documentar a estrutura do teatro e fazer um levantamento sobre sua arquitetura através das lentes de sua câmera. “Eu gosto de trabalhar nestes espaços fechados. Tive tempo para estar lá e gosto desse momento de reflexão e contemplação”, conta o artista sobre os dias que passou estudando o interior do prédio, no começo do ano de 2018. Após conhecer o espaço e aprender sobre a sua importância dentro da cidade, Brázio tentou captar a essência do lugar nas suas fotografias, criando planos amplos e com abrangência de detalhes para passar a grandeza cultural do local. Na exposição também se encontram cartazes de peças antigas, bancos da audiência e outros objetos característicos do local. A reunião deles traça a linha do tempo do Teatro Municipal, como a sua inauguração, em 1899, quando era chamado de Theatro Calleya. Em 1954, foi reinaugurado como Teatro-Cine Covilhã e, após alguns períodos de fechamento e reaberturas, passa a chamar-se com o atual nome em 2001. Embora exibisse peças conhecidas e filmes mais comerciais, o centro cultural é um grande incentivador dos artistas independentes, sempre cedendo espaço para realizadores locais e apresentações voltadas para a arte contemporânea. A exposição veio em bom tempo, pois o teatro foi fechado no mês de setembro para uma obra de requalificação. As renovações foram aprovadas em novembro de 2017 e investirão 4 milhões de euros no espaço, transformando-o no Centro de Inovação Cultural da Covilhã. Segundo o comunicado oficial da Câmara Municipal, o futuro centro “terá como objetivo colocar a cidade como referência nacional na cultura, atraindo produtoras tanto dentro quanto fora de Portugal”. A formação e a qualificação de artistas locais também é o foco do novo teatro, criando mais ambientes que incentivem exposições e eventos dos mais variados campos da arte. A conclusão das obras está prevista para o final de 2019. |
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