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Barómetro Social de Julho – Números, Causas e Características do Desemprego Recente nos Concelhos da Beira Interior
José R. Pires Manso · quarta, 26 de setembro de 2018 · Numa altura em que o desemprego desceu para 6.7% em Portugal, um valor extremamente baixo comparado com os valores da crise que andavam próximos dos 20%, é importante saber as características do desemprego no país, na Região Centro e na Beira Interior. É esse o tema deste artigo que estamos a apresentar com base nas estatísticas publicadas recentemente pelo IEFP- Instituto de Emprego e Formação Profissional do Ministério do Emprego e Solidariedade Social (MESS) - julho. |
José R. Pires Manso é Prof. Catedrático da Universidade da Beira Interior e responsável pelo Observatório para o Desenvolvimento Económico e Social |
21974 visitas Desempregados totais, por sexos, tempo de desemprego e jovens e menos jovens: Em julho último, os derradeiros dados publicados, estavam registados no IEFP/CE cerca de 306779 portugueses sem emprego, 133442 homens, 158311 mulheres, 148468 eram desempregadas de curta duração, 148468 eram-no de longa duração (>1 ano de desemprego), 30631 presumivelmente eram jovens pois procuravam ainda o 1º emprego e 276148 procuravam outro emprego. Por sua vez e na Região Centro havia 44034 desempregados, 19094 eram homens e 24940 eram mulheres, 23273 eram desempregados de curta duração (<1 ano), 20761 eram desempregados há mais de um ano, 5323 eram jovens à procura do primeiro emprego e os restantes 38711 procuravam novo emprego. Na Beira Interior Castelo Branco (CE) registava o maior número de desempregados (1653, 791 H e 862 M), 859 estavam desempregados há pouco tempo (<1 ano), 794 há mais de um ano, 175 eram ‘jovens’ à procura do primeiro emprego e os restantes 1478 procuravam nova alternativa de emprego. Por sua vez na Covilhã (resp. Guarda) havia 1611 (r. 1263) sem trabalho, 787 (r. 559) H e 824 (r. 704) M, 805 (r.629) eram desempregados com menos de um ano, ou curto prazo, 806 (r.634) eram desempregados de longa duração, 192 (r.200) eram jovens à procura do 1º emprego e os restantes 1419 (r. 1063) eram pessoas à procura de novo trabalho. A seguir vêm o Fundão e Seia com, respectivamente, 765 e 717 desempregados. Desempregados por idades/faixas etárias: Dos 306779 desempregados do Continente (resp. R. Centro), 28224-C (44034-RC), 28224 (4831) eram jovens com menos de 25 anos, 53667 (7996-RC) estavam entre os 25 e 34 anos, 134394 (18247), a maioria, tinham entre 35 e 54 anos (maduros) e os restantes 90494 (12960) eram do grupo mais idoso com 55 ou mais anos, isto é, que estão a um passo da reforma. Por sua vez jovens (até 25 anos) de Castelo Branco eram 156, da Covilhã e Guarda 153 cada, 82 e 93 do Fundão e Seia, e de Viseu 281. Da faixa 25-34 estavam registados 303 em C. Branco, 277 na Covilhã, 254 na Guarda, 112 do Fundão, 133 de Seia e 581 de Viseu. Entre os 35-54 anos de CB eram 727, da CV 645, da G 552, do F 281, de S 298 e de V 1417. Do grupo dos menos jovens com 55 ou mais anos 467 são de CB, 536 da CV, 304 da GD, 290 do FD, 193 de SA, e 862 de VS. Por níveis de escolaridade ou formação: Dos 306779 desempregados do Continente (resp. R. Centro), 22502 (r. 3938), (4831) tinham escolaridade inferior ao 1º ciclo do ensino Básico (CEB), 58988 (7661) tinham o 1º CEB, 45529 (5807), tinham o 2º CEB, 59813 (8739) tinham o 3º CEB, 77916 (10928) tinham o ensino secundário (12º ano), 42031 (r. 7060) estavam habilitados com curso superior. Por sua vez em CB havia 142 com menos que o 1º CEB, na CVL eram 93, Na GDA 131, 66 e 64 no FDO e SEIA, e de Viseu eram 289. Com o 1º CEB estavam registados 272 em CB, 319 na CV, 183 na GD, 173 no FD, 160 em SA e 413 em VS. Com o 2º CEB de CB eram 166, da CV 253, da G 84, do F 133, de SA 110 e de VS 458. Com o 3º CEB de CB eram 350, da CV 310, da GD 299, do FD 181, de SA 142 e de VS 585. Com o ES de CB eram 470, da CV 401, da GD 348, do FD 127, de SA 150 e de VS 780. Com habilitações superiores 253 são de CB, 235 da CV, 218 da GD, 85 do FD, 91 de SA, e 616 de VS. Inscritos no mês totais e por sexo, ofertas de emprego e colocações totais e por sexos: Em todo o Continente nacional inscreveram-se em julho 37673 (resp. 5886 na RC), 16476 (r. 2489 RC) homens e 21197 (r. 3397 na RC) eram mulheres. Para esta procura e no mesmo mês receberam-se 9356 (r 2345 RC) ofertas de emprego, tendo sido colocados 2858 (r. 796 RC) h e 3211 (r. 835 na RC) mulheres num total de 6069 (1631 na RC). Por centros de emprego inscreveram-se no mês 135 Homens em CB, 105 na CV, 87 na GD, 40 FD, 32 SA e 148 VS e ainda 164 mulheres em CB, 147 na CV, 100 na GD, 58 no FD, 32 em SA e 228 em VS. Ao todo foram mais 299 em CB, 252 na CV, 187 na GD, 98 no FD, 64 em SA e 376 em VS. As ofertas mensais de empregos (julho) nas regiões do interior foram poucas e repartiram-se assim entre as principais unidades geográficas da BI: CB 61 para 299 pedidos e 35 colocações, CV 108 para 252 e 80 colocações, GD 117 para 187 e 100, FD 31 para 98 e 40, SA 22 para 64 e 23. A ordem destes números é ofertas, procura e colocações. Causas do Desemprego: A principal causa dos despedimentos registados em julho de 2018 no Continente e na R. Centro e nos concelhos do interior são o fim de trabalho não permanente (16807 no C e 2374 na RC), seguem-se os ex-inactvos (pessoas que já tinham desistido de procurar emprego mas que decidiram voltar) com 4283-C e 791 RC, os que foram despedidos pela entidade patronal (com 4119-C e 631-RC), os que se despediram por vontade própria (!) (1592-C e 367-RC), os despedidos por mútuo acordo (1301-C e 198--RC) e os que eram trabalhadores por conta própria mas a quem certamente não correu bem a vida profissional (693-C e 111-RC). Contudo, a segunda causa mais importante de despedimento não é nenhuma das referidas mas um conjunto indiscriminado de outras (outros motivos) como mostram os valores 8878-C e 1414-RC inscritos em julho vêm os que alegam outros motivos não coincidentes com os anteriores. A situação, com pequenas oscilações, é mais ou menos a mesma nos vários concelhos ou centros de emprego da BI. Em síntese, e para terminar, convém referir que este boom que se tem verificado ao nível da criação de emprego (e simultaneamente de redução do desemprego) tem-no sido muito à custa da redução de garantias consentidas pelas alterações na legislação do trabalho impostas pela Troika o que levou, de facto, a alterações significativas na legislação laboral e a que a grande maioria do emprego criado o esteja a ser com salários próximos do salário mínimo e ainda a que os contratos sejam também quase todos com vínculos precários (contratos a termo e recibos verdes, sobretudo). |
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