Chegou à UBI por volta da uma da manhã desta segunda-feira, 10 de setembro. No primeiro dia de matriculas, João Santos foi o primeiro novo aluno da instituição a matricular-se.

Depois de seis horas a treinar o desenho na Biblioteca Central – aberta 24 horas por dia -, o “caloiro” de Arquitetura dirigiu-se pelas 7 da manhã para o polo principal, onde decorrem as matrículas, e assim conseguiu ser o primeiro aluno a matricular-se no ano letivo de 2018/2019.

Vindo do Porto, “o objetivo era conseguir matricular-me o mais cedo possível para tentar garantir uma vaga nas residências da Universidade”, explica o aluno 41.088. Quanto à decisão de vir para a Covilhã, “informei-me, vi o plano das aulas. O primeiro ano é muito baseado em desenho e estou entusiasmado para arrancar as aulas”, garante.

“Já tinha ouvido falar e não queria ir para uma grande cidade e optei pela UBI e pela Covilhã. Ainda não sei bem o que esperar”, revela. Sem grandes problemas em estar longe de casa, a principal preocupação de João Santos é “realizar bem os projetos do curso, que estejam de acordo com os mínimos que exijo para mim”.

Reservado, confessa-se reticente em relação às já tradicionais praxes académicas, mas garante que vai “experimentar no primeiro dia, depois logo se vê como corre”.

João Santos, que escolheu a UBI em primeira opção, é um dos 1.176 os alunos colocados na instituição no âmbito da 1.ª Fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior. Este número corresponde à ocupação de 90 por cento por cento das vagas iniciais deste ano (1.307) e mantém a UBI acima da fasquia dos 1.100 novos estudantes, pelo quarto ano consecutivo.

Desde 2014 que se verifica esse registo na academia ubiana, apesar da oscilação do número de candidatos. Comparativamente com 2017, ano em que o número de candidatos foi o mais alto desde 2010, a UBI coloca menos 10 alunos. Se comparado com 2016, ano em que o número de candidatos foi análogo ao deste ano, a UBI coloca mais 108 alunos.

No que se refere à percentagem de colocações na 1ª fase do CNA, a UBI mantém-se  na lista das instituições que atinge os 90 por cento, grupo quase exclusivamente constituído por IES do Litoral e num ano em que abriu mais 62 vagas. A UBI, cujas vagas representam 2,58 por cento da oferta nacional, tem 2,67 por cento dos colocados neste CNA. Destaque ainda para o aumento das colocações em primeira opção, a que corresponderá um aumento do número de matrículas efetivas.

“Há dois anos o número de colocados no Ensino Superior foi basicamente o mesmo”, lembra o Vice-reitor da UBI para o Ensino, Internacionalização e Saídas Profissionais. “Num cenário de recuo demográfico e de menos gente a candidatar-se, o facto de mantermos os mesmos números do ano anterior (em que houve mais candidatos) acaba por ser uma boa notícia”, considera João Canavilhas.

“É preciso também ter em conta que este ano os exames da primeira fase tiveram médias mais baixas que há dois anos e, portanto, há a expectativa de que na segunda fase praticamente consigamos preencher os 100 por cento das vagas. Eu diria que mesmo natendo os números do ano passado no Concurso Nacional de Acesso, e com o aumento ao nível dos MRT’s e 2ºs ciclos – onde este ano tivemos um salto muito grande - prevê-se um pequeno crescimento da universidade este ano”, antevê aquele responsável.

João Canavilhas destaca ainda a UBI, como uma instituição que “é diferente das outras”. Um novo aluno, “em vez de entrar num espaço onde vai apenas ter formação técnico-científica, aqui tem, além disso, a formação humana. Essa tem sido a nossa preocupação, porque queremos pessoas com uma boa formação académica, mas que se saibam relacionar com o outro, pessoas que percebam a sociedade em que estão inseridas e que saindo daqui para um sítio qualquer vão manter sempre uma relação à UBI, porque efetivamente passaram aqui os melhores anos das suas vidas”, garante o Vice-reitor.

Outro dos apoios que João Santos e todos os outros novos alunos podem ter passa pela Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), “que faz a ponte entre o aluno e a nova realidade que ele irá viver daqui para a frente”, lembra o presidente da Associação. “Essa integração vai ser ramificada para os nossos núcleos de estudantes, desportivos e culturais e nós, enquanto AAUBI, vamos realizar nas próximas semanas várias atividades para que o aluno não se cinja apenas à realidade do seu curso e se integre no âmbito de toda a comunidade académica da UBI e na própria cidade da Covilhã”, refere Afonso Gomes. “Nós olhamos para a UBI e para os seus estudantes como parte integrante da cidade. Nesse sentido, num dos grande jardins da Covilhã, realizamos uma atividade – que é o “Chorão de Molho” – que consiste em juntar todos os cursos, mobilizando todos os novos alunos para um dia de interação académica”, conta.

Relativamente à praxe académica, tão badalada nos últimos anos, “a AAUBI tem uma posição neutra”, garante Afonso Gomes. “No entanto, para integrar os novos alunos na cidade e para eliminar um pouco aquele estigma de que o estudante universitário só causa estragos, só danifica, promovemos todos os anos, junto dos novos alunos, uma semana que chamamos de “praxe solidária”. O objetivo é ajudar várias instituições, através de atividades em que os alunos se voluntariam para, por exemplo, visitar um lar de idosos e ali dinamizar atividades, ajudar na limpeza das matas ou plantar árvores”.

Os resultados do Concurso Nacional de Acesso foram divulgados à meia-noite deste domingo, pela Direção-Geral do Ensino Superior, e dão conta que a UBI esgotou todos os lugares em 18 cursos de 1.º Ciclo e/ou Mestrado Integrado.

O Mestrado Integrado em Medicina registou as notas mais altas do último colocado, com 174,3 valores. Segue-se o Mestrado Integrado em Engenharia Aeronáutica (162,2), e Ciência Política e Relações Internacionais (149,5).

A nova licenciatura da UBI, Engenharia e Gestão Industrial, tinha 22 vagas iniciais e colocou já 18 alunos, com nota de candidatura acima dos 124,5 valores.

As matrículas e inscrições dos novos estudantes começaram na segunda-feira, dia 10 de setembro, e terminam na sexta-feira, dia 14.

Na UBI, o processo teve início pelas 07h30, na segunda e terça, esta quarta às 08h30 e às 9h00 na quinta e sexta-feira, no Polo Principal, onde estão a funcionar diversas salas para ajudar os alunos a conhecer a instituição e para tratarem das diversas questões relacionadas com a chegada ao Ensino Superior. Recomenda-se, no entanto, que as pessoas que não necessitem de procurar alojamento optem por fazer a matrícula online - disponível desde as 00h de domingo -, entregando a documentação presencialmente a partir de meio da semana.

Também na segunda-feira começou a 2.ª Fase do Concurso de Acesso, que se prolonga até 21 de setembro. Na UBI, estão para já disponíveis as vagas sobrantes desta 1.ª fase, num total de 140.