Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Barómetro Empresarial de Junho (2018), no país e no Interior
José R. Pires Manso · quarta, 11 de julho de 2018 · Numa altura em que tanto se fala no relançamento do interior uma variável assume um papel primordial, o seu número de empresas e também de empregos sem as quais não há recuperação possível. Nesse sentido parece nos importante ver qual tem sido a dinâmica recente (últimos 5 meses e último ano) das empresas no país e nas regiões (distritos). É esse apanhado muito atualizado que aqui fica. |
José Pires Manso é Prof. Catedrático Universidade Beira Interior e responsável do Observatório para o Desenvolvimento económico e Social (ODES) |
21978 visitas Entre janeiro e maio 2018, no todo nacional, nasceram 20.942 empresas e outras organizações, mais 12,9% do que no mesmo período de 2017, continuando a até acentuando a dinâmica de nascimentos do ano anterior. Em termos sectoriais os setores de atividade onde nasceram mais empresas foram o dos Serviços, com 6.793 nascimentos, seguido do Alojamento e Restauração com 2.518 e do Retalho com 2.464. Por sua vez o setor onde encerraram mais empresas foi também o dos Serviços, com 1.489 encerramentos e o do Retalho com 1.076. Os Setores onde cresceram mais as constituições foram os Serviços (+792 nascimentos, +13,2%), as Atividades imobiliárias (+568 nasc., 37,2%), a Construção (+408, 25,4%), o Alojamento e Restauração (274, 12,2%) e os Transportes (271, +56,0%). São variações face ao período homólogo 2017. Segundo a Informa D&B de junho os destaques do mês vão para “os atrasos dos pagamentos entre as empresas que geram um ciclo vicioso que afeta o equilíbrio financeiro dos credores e que atinge a confiança de gestores e empresários no momento em que têm de tomar decisões de crédito comercial”. Trata-se de um fenómeno que influencia historicamente as relações comerciais, sendo, também historicamente, um tema sobre o qual se devem aprofundar as análises, no sentido de dotar as empresas de instrumentos eficazes e conhecimento que sustentem a confiança nos seus negócios. Criaram se ou nasceram 20942 novas empresas até 31 de maio em que o Turismo tem uma grande cota de responsabilidade em 2018. Entre janeiro e maio de 2018 nasceram 20 942 empresas e outras organizações, mais 12,9% do que no mesmo período de 2017, acentuando-se a dinâmica de nascimentos do ano anterior. Há uma subida generalizada em quase todos os setores de atividade, sendo que os setores ligados ao turismo reforçam a sua contribuição para as novas empresas em especial nos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal e Braga. Os sectores onde nasceram mais empresas foram os Serviços, com 6.793 nascimentos, o Alojamento e Restauração com 2.518 e o Retalho com 2.464. Os setores onde encerraram mais empresas foram os Serviços, com 1.489 encerramentos e o Retalho com 1.076. Os setores onde cresceram mais o número de constituições foram os Serviços (mais 792 nascimentos, +13,2%), as Atividades Imobiliárias (mais 568 nascimentos, +37,2%), a Construção (mais 408 nascimentos, +25,4%), o Alojamento e restauração (mais 274, +12,2%) e os Transportes (mais 271 nascimentos, +56,0%). Por sua vez o setor onde mais decresceu o nº de constituições foi o da Agricultura, pecuária, pesca e caça (menos 370 nascimentos, -37,3%) Ainda segunda a D&B estes “setores são responsáveis por quase 30% do total dos nascimentos, e por quase 2/3 do crescimento total das constituições. Destacam-se assim: Serviços com a forte contribuição das atividades de animação turística e de agencias de viagens; as Atividades imobiliárias transversal a todas as regiões, em especial nos concelhos de Lisboa, Cascais e Porto; a Construção com maior destaque nos concelhos de Lisboa e Sintra; o Alojamento e restauração, com a maior contribuição do alojamento, em particular o alojamento mobilado para turistas em especial nos concelhos de Lisboa e Porto, apesar da restauração representar ainda 2/3 do total de nascimentos do setor; e os Transportes em particular as atividades de transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros, que mais que duplicou nos primeiros 5 meses de 2018, nomeadamente nos concelhos de Lisboa e Almada. Em sentido contrário aos restantes setores, no setor da Agricultura, pecuária, pesca e caça ocorreu uma descida nas constituições, transversal a todas as regiões, mas com especial impacto na região do Alentejo. Os encerramentos registados nos primeiros cinco meses de 2018 subiram face ao período homólogo com a forte contribuição dos meses de abril e maio. Nas novas insolvências, o ciclo de descida iniciado em 2013 mantém-se nos cinco primeiros meses de 2018, mas de forma menos acentuada. (Insolvências: são entidades com processos de insolvência iniciados no período considerado, com publicação no portal Citius do Ministério da Justiça. O Barómetro INFORMA D&B considera os processos de insolvência de pessoas coletivas e não analisa os processos de insolvência de empresários em nome individual, de profissionais liberais, ou de particulares)”.
Análise das dinâmicas empresariais por regiões/distritos Em maio do corrente ano havia 482527 empresas em Portugal 28.5% sediadas em Lisboa, 17.1% no Porto, 7.7% em Braga, 6% em Aveiro, 5.9% em Setúbal, 4.8% Faro, 4.6% Leiria, 3.6% Coimbra, 2.9% Viseu, 2.3% Funchal, 2% V. do Castelo, 1.6% em Évora e Vila Real, 1.5% C. Branco (7446 empresas), 1.4% Beja, 1.3% Guarda (6155 empresas), 1.1% Bragança, 1% Portalegre, 0.9% P. Delgada, 0.4% A. do Heroísmo e 0.3% Horta. No mês de maio e face ao mesmo mês de 2017 em que nasceram mais 5.4% houve redução dos nascimentos em A. Heroísmo (-14.3%), Beja (-13.5%), C. Branco (-4.8%), Évora (%) e faro, leiria, Portalegre e porto V Castelo e Viseu (-20%). Nos restantes concelhos houve mais nascimentos. Por exemplo na Guarda +26.1% (de 23 para 29 empresas). Em termos de encerramentos em maio 18/17 houve +20.4% de encerramentos para os quais contribuíram 10 distritos (Beja, C. Branco (+73.3%), Coimbra (+182%), Évora, Funchal, Guarda (+14.3%), Lisboa, Portalegre E Porto, Santarém V. Real e Viseu)… Houve 8 municípios que viram reduzir os seus encerramentos de empresas (Aveiro, Braga, Bragança, Faro, Horta, P. Delgada, Setúbal e V. Castelo). Realce pela positiva para a Guarda com +26.1 e Coimbra com +25.8%, as que mais cresceram em termos relativos. Realce também mas pela negativa para Coimbra e Beja que viram encerrar +182.4% e 112.5% de empresas, resp.. No corrente ano e até ao fim de maio face ao mesmo período de 2017, período em que nasceram mais 12.9% e encerraram mais 5.9% empresas, a nível nacional, houve redução dos nascimentos em Beja (-20.3%), Bragança (-12.5%), Horta, Portalegre e Santarém. Nos restantes concelhos houve mais nascimentos. Em termos de encerramentos de janeiro a maio 2018/2017 houve +5.9% de encerramentos para os quais contribuíram, com exceção de Braga, Faro, Guarda, Leiria, P. Delgada e Portalegre, todos os outros 12 distritos. Dos municípios da BI a Guarda portou-se bem em termos de nascimentos +31.1% de empresas e viu encerrar -20.4% de empresas e C. Branco que viu aumentar em 5.5% o nº de nascimentos de empresas e viu também crescer em 1.1% o nº das que encerraram. No ano que terminou em maio 2018 das empresas nascidas o grosso foi em Lisboa (+15022 empresas, 34.7%), Porto (7658 ou 17.7%), Braga (+3152, 7.3%), Setúbal (3036, 7%), Aveiro (1945, 4.5%), em conjunto +30813 empresas ou 71.2%. Os restantes 13 distritos contentam se com os sobrantes 29.8% ou 12494 empresas (A. Heroísmo, Beja, C. Branco, Coimbra Évora, Faro, Funchal, Guarda, Horta, Leiria, P. Delgada, Santarém). C. Branco com 419 empresas e 1% e Guarda 378 e 0.9%. Neste mesmo período o nº de empresas em insolvência foi de 2549, com destaque pela negativa para Lisboa (22.4%), Porto (24.5) e Braga com 10.6% (Guarda 1.1%, CB 2%) . No que diz respeito 15609 empresas que fecharam fizeram no também nos mesmos distritos (na BI, Lisb: 31.4%, Por: 17.8%, Braga 7.2% e Set 6.6% (Guarda: 0.9%, CB: 1.5%). Um país a duas velocidades claramente. Se tivermos em atenção o nº de empresas presentes em cada um dos distritos vemos que nasceram/entraram em insolvência/fecharam, respectivamente, em percentagem (%) A-Heroísmo +6.3%/0.4%/1.5%, Aveiro +6.8/6.8/0.8,3.2 Beja 7.5/0.2/2.1, Braga 8.5/0.7/3, Bragança 5.9/0.3/2.5, C. Branco 5.6/0.7/3.1, Coimbra 7.1/0.4/2.8, Évora 7.1/0.3/2.5, Faro 10.4/0.4/2.7, Funchal 9.7/0.5/4.8, Guarda 6.1/0.5/2.3, Horta 4.6/0.2/1.7, Leiria 7/0.4/2.9, Lisboa 10.9/0.4/3.6, P. Delgada 7.2/0.7/2, Portalegre 5.6/0.4/2.1, Porto 9.3/0.8/3.4, Santarém 6.1/0.5/2.8, Setúbal 10.6/0.5/3.6, V. Castelo 7.9/0.5/3.1, V. Real 7.3/0.4/3.2 e Viseu 6.7/0.4/3.2. Ao longo dos últimos 12 meses o nº de nascimentos por cada encerramento de empresas foram os seguintes em todos os distritos do país: A. Heroísmo 4.2, Aveiro 2.1, Beja 3.6, Braga 2.8, Bragança 2.4, C. Branco 1.8, Coimbra 2.5, Évora 2.8, Faro 3.9, Funchal 2, Guarda 2.7, Horta 2.8, Leiria 2.4, Lisboa 3.1, P. Delgada 3.6, Portalegre 2.6, Porto 2.8, Santarém 2.2, Setúbal 2.9, V. Castelo 2.5, V. Real 2.3 e Viseu 2.1. Realce pela positiva para A. Heroísmo 1º, Faro 2º, Beja e P. Delgada 3º (ex-aequo) e também Lisboa 4º e pela negativa C. Branco 1º, Funchal 2º, Aveiro e Viseu (ex-a.) 3º e V. Real 4º. A Guarda está numa posição intermédia. |
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