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"Nunca se falou tanto em defesa da floresta"
Rafael Mangana · quarta, 30 de maio de 2018 · Eduardo Cabrita respondeu com algum incómodo às críticas deixadas por Paulo Fernandes, presidente da autarquia do Fundão em relação à falta de apoio às vítimas dos incêndios que assolaram o concelho em agosto do ano passado. |
Conferência organizada pelo Correio da Manhã teve lugar na Faculdade de Engenharia da UBI |
21964 visitas “As vítimas têm o sistema de apoio que é comum. Os mecanismos de indemnização estão definidos, foram aliás processados em tempo recorde. A diferença que existe é a diferença da vida”. Eduardo Cabrita acrescentou ainda que o governo tem “o sistema de apoio e de indemnizações que foram dadas relativamente aos danos ocorridos. Vamos preparar-nos todos para que danos como os de junho e de outubro do ano passado não ocorram”. Esta foi a resposta do Ministro da Administração Interna às criticas feitas pelo presidente da câmara do Fundão em relação à falta de apoio às vítimas dos incêndios que assolaram o concelho em agosto do ano passado. Paulo Fernandes tinha afirmado publicamente que não vai aceitar a desigualdade em relação ao apoio prestado. Recorde-se que se registou um ferido grave no combate às chamas em Alpedrinha a Provedoria de Justiça definiu o pagamento de indemnizações às vítimas dos incêndios de junho e outubro, mas relativamente a agosto nada foi estipulado. Por outro lado, vários autarcas da região já se manifestaram desagradados em relação às verbas disponibilizadas no fundo de emergência municipal, aplicado para repor equipamentos e serviços públicos destruídos pelas chamas. Eduardo Cabrita refere que “o fundo de emergência municipal tem apoio para todos aqueles danos de equipamentos municipais que foram levantados como tendo decorrido dos incêndios. O que há é uma avaliação em que existe uma diferença nas áreas em que em junho e outubro houve perda de vidas humanas. Nesse caso há todo o apoio previsto na lei de regime geral, com toda a capacidade financeira para isso, e há um apoio adicional para as áreas onde se perderam vidas”. O Ministro da Administração Interna diz estarem reunidas as condições necessárias para que as tragédias vividas no ano passado não se repitam. “Em seis meses fizemos um esforço na prevenção que nunca tinha sido feito e esse esforço é já uma grande vitória da sociedade portuguesa. Nunca se falou tanto em defesa da floresta e, sobretudo, nunca se fez tanto”, sublinha. “Ao nível da auto proteção das pessoas e bens, já 300 das 1000 freguesias de risco tem indicados os seus oficiais de segurança local e é um processo que todos os dias conhece novos desenvolvimentos. Ao nível da preparação para o combate reforçámos meios, melhorámos a coordenação e aumentámos a capacidade de apoio à decisão. Não quero dizer com isto que devemos estar descansados. Devemos continuar preocupados, atentos e mobilizados para que toda a resposta seja dada a eventos que muitas vezes estão dependentes de factores múltiplos e que nós não conseguimos prever”, defende. Eduardo Cabrita falava à margem da conferência sobre os incêndios promovida pelo Correio da Manhã. A sessão inseriu-se no ciclo de debates “CM Não Esquece! – Juntos Contra os Incêndios” e teve lugar na terça-feira, 29 de maio, na Faculdade de Engenharia da UBI. A conferência, organizada no formato de mesa redonda, contou ainda com o contributo de António Fidalgo, Reitor da UBI, José Massano Monteiro, docente do Instituto Politécnico de Castelo Branco e especialista na área de Engenharia Florestal, e Octávio Ribeiro, diretor Geral do Correio da Manhã e da CMTV. A moderação esteve a cargo de José Carlos Castro, diretor adjunto do CM e CMTV. Durante a conferência foi debatida a problemática dos incêndios, formas de prevenção e de combate, eventuais alterações de reordenamento de território e atribuição de competências locais, entre outras medidas que possam ser afloradas, do cruzamento dos pontos de vista académico e operacional no terreno. As sessões, que já passaram por Braga e Vila Real, analisam as cinco propostas que fazem parte da Moção Nacional que o CM vai apresentar aos partidos representados na Assembleia da República e ao Governo, que passam pela criminalização dos incendiários; vigilância do território e intervenção das forças militares; ordenamento florestal e desenvolvimento económico do Interior; limpeza de matas; educação, formação e sensibilização. |
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